MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Greve dos caminhoneiros: veja as reivindicações da categoria

Greve dos caminhoneiros realizada em 2018 paralisou o Brasil por 11 dias

Com informações do JC Online
Com informações do JC Online
Publicado em 31/01/2021 às 18:57
Foto: Agência Brasil
FOTO: Foto: Agência Brasil

Os caminhoneiros prometem uma mobilização nacional com início previsto para esta segunda-feira (1º). A promessa de greve tem gerado preocupação. Em 2018, a greve dos caminhoneiros paralisou o Brasil por 11 dias e causou graves consequências à economia.

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A greve dos caminhoneiros foi convocada pela Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), que integra o CNTRC. A ANTB representa cerca de 4.500 caminhoneiros no País. Com 800 mil motoristas em sua base, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) também informou adesão ao movimento. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne sindicatos de petroleiros em todo o Brasil, também declarou apoio aos caminhoneiros.

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Na última quarta-feira (27), o Conselho Nacional de Transportes Rodoviários de Cargas (CNTRC) enviou ofício à Presidência da República confirmando a greve, casos as reivindicações da categoria não sejam atendidas.

Dentre as grandes entidades do setor, a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que participou da greve de 2018, informou na quinta-feira (28) que não apoia a greve dos caminhoneiros autônomos. O presidente da entidade, Vander Costa, diz que "não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros e reafirma o compromisso do setor transportador com a sociedade. Se houver algum movimento dessa natureza, as transportadoras garantem o abastecimento do País, desde que seja garantida a segurança nas rodovias", afirma o texto. Dados da CNT apontam que a entidade reúne 26 federações e quatro sindicatos nacionais, representando 155 mil empresas.

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Apelo do presidente

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a pedir aos caminhoneiros que suspendessem a proposta de greve, mas a categoria garantiu que a paralisação será mantida se as reivindicações não forem atendidas. “Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia, apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder”, alertou.

Reivindicações dos caminhoneiros

  1. As constantes altas do preço do diesel são o principal motivo da greve. Combustível utilizado em larga escala pelos caminhoneiros, o produto teve mais uma alta nas refinarias em dezembro, com reajuste de 4,4%
  2. Cobrança da implementação do Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot), conquista da greve de 2018, mas que não saiu do papel.
  3. Revisão no reajuste na Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para o transporte rodoviário de carga. Eles querem que entre no reajuste a margem de lucro do caminhoneiro, custos com pedágios, custos relacionados às movimentações logísticas complementares ao transporte de cargas, despesas de administração, tributos e taxas; que ficam de fora.

Proposta do governo

  1. A principal medida seria anunciar em breve a redução do PIS/Cofins sobre o óleo diesel. Os dois impostos, porém, não seriam zerados, e sim atenuados, de acordo com interlocutores. Se por um lado o governo admite que não é fácil fazer isso, por outro os caminhoneiros acham a medida insuficiente.
  2. A Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, zerou o Imposto de Importação de pneus para veículos de carga.
  3. O governo decidiu incluir a categoria na lista do grupo de prioridades para tomar as vacinas contra a covid-19 no País. Com isso, o número de pessoas do grupo prioritário sobe para 77,2 milhões, com a soma de 1,24 milhão de caminhoneiros.