Após tecer uma dezena de críticas e ironias contra a vacinação contra o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e informou ao Ministério da Saúde que vai receber o imunizante neste sábado (3). De acordo com o jornal Correio Braziliense, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) alertou o presidente sobre os riscos de contaminação com as novas variantes do vírus.
Bolsonaro tem 66 anos. Apesar de já ter sido diagnosticado com a covid-19 em julho do ano passado, como é sabido, Bolsonaro pode ser reinfectado pelo vírus. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmaram casos de reinfecção mesmo em pessoas que já possuíam imunidade contra o Sars-Cov-2 (nome científico do novo coronavírus).
Ao menos quatro cepas mais agressivas do novo coronavírus já foram identificadas no Distrito Federal, onde Bolsonaro mora. Entre estas variantes, está aquela que se desenvolveu em Manaus e está associada ao colapso no sistema de saúde do Amazonas, no início deste ano.
Segundo o Correio Braziliense, muito provavelmente, Bolsonaro deve receber a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a Fiocruz. A expectativa é que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, aplique a primeira dose da vacina em Bolsonaro. O GSI deve escolher um local sem grande exposição para que o mandatário receba o imunizante.
Em 15 de novembro do ano passado, lembra o portal o UOL, o presidente disse em uma entrevista que não receberia a vacina. “Eu não vou tomar vacina e ponto final, problema meu”, disse à época. Não foi a única vez que Bolsonaro ironizou ou questionou a vacinação contra a covid-19.
Em dezembro, ele chegou a sugerir que quem recebesse a vacina poderia virar “um jacaré”. “Se você virar um jacaré, é problema de você”, afirmou. Bolsonaro também é criticado por especialistas por ter demorado a fechar acordos para comprar as vacinas contra a covid-19. No ano passado, após o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmar que compraria vacinas, Bolsonaro o desautorizou e disse que não compraria as vacinas.
Ao invés da vacinação, amplamente defendida pelos principais cientistas do mundo, Bolsonaro sempre preferiu defender medicamentos sem efeito positivo para a covid-19, como a Ivermectina e a Cloroquina.
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