Caso Menino Henry

Caso Henry: Mãe muda versão, confessa que mentiu e diz ‘não mereço ser condenada por um crime que eu não cometi’

Em carta, Monique Medeiros afirma que mentiu a mando de Jairinho e culpa o companheiro pela morte do menino Henry

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 26/04/2021 às 12:14
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A mãe do menino Henry Borel, morto em 8 de março deste ano, escreveu uma carta confessando que mentiu para a polícia e culpando o namorado, o vereador Dr Jairinho, pela morte do próprio filho. Atualmente, Monique está presa por suspeita de participar do crime. A carta foi revelada pelo Fantástico, da TV Globo, na noite do domingo (25). No total, a carta tem 29 páginas.

Principais trechos da carta escrita por Monique Medeiros, mãe do menino Henry:

  • "Eu estou sofrendo muito. Não há um dia que eu não chore pela morte do meu filho"
  • "Não mereço estar sendo condenada por um crime que eu não cometi. Nunca acobertei maldade ou crueldade em relação ao Henry"
  • "Nunca encostei um dedo nele, nunca bati no meu filho, eu fui a melhor mãe que ele poderia ter tido".
  • "Eu não sabia, mas estava sendo manipulada durante todo o tempo"
  • "Meus pais são pessoas boas (...) temo pela vida deles"

>>> Em depoimento, babá de Henry disse que Monique mandou que ela mentisse para a polícia.

  • "Eu tentava a todo custo me afastar e me desvincular dele (Jairinho), mas fui diversas vezes ameaçada, e minha família também".
  • "Jairinho começou me pedindo para apagar muitas fotos do meu Instagram"
  • "Depois ele começou a pedir que eu parasse de responder mensagens de amigos homens"
    Depois ele começou a pedir que eu bloqueasse esses amigos"

  • "Ele (Jairinho) me ligava por dia pelo menos umas 20 vezes, colocou localizador no meu telefone e sempre pedia que eu mandasse foto"
  • "Jairinho começou a ter ciúme de eu ir na academia e até colocou gente para me seguir e tirar foto de mim malhando para saber com qual roupa eu estava indo treinar"

>>> As semelhanças e diferenças entre os casos Henry Borel e Isabella Nardoni.

>>> Depois de 13 anos, como está hoje Alexandre Nardoni, condenado por matar a filha Isabella.

  • "Daí os ciúmes foram só piorando... e ele começou a ter muito do Leniel [ex-marido de Monique e pai de Henry]"
  • "Passei a ter crises de ansiedade com tantas cobranças e picos de pressão e ele começou a me receitar ansiolítico e remédio pra dormir (rivotril de 2mg e patz)"
  • "Lembro de ser acordada no meio da madrugada, sendo enforcada enquanto eu dormia na cama ao lado do meu filho"
  • "Leniel disse que não queria que Jairinho desse abraços no Henry, porque ele tinha reclamado que o tio tinha dado um abraço muito forte e que tinha apertado ele demais".
  • "Henry veio correndo até a cozinha uns 15 minutos depois que Jairinho chegou, dizendo que o tio tinha dado uma 'banda' nele e uma 'moca'. Fui até a sala perguntar o que tinha acontecido e Jairinho disse que ele era um 'bobalhão', que segurou ele pelos braços brincando e passou a perna, mas que Henry nem caiu, pois ele estava segurando-o, aí Henry disse pra ele que ia contar pra mim e ele deu uma 'moca' brincando".
  • "Comecei a notar que nas minhas taças de vinho, sempre havia um 'pozinho' branco no fundo (...) Um dia fui ao banheiro e quando voltei, peguei ele macerando um comprimido dentro da minha taça".
  • "Quando fui sair ele tinha trancado as portas e escondido as chaves pra eu não sair. (...) Ele tomou meu celular da minha bolsa, me segurou bem forte pelos braços e me jogou no sofá, dizendo que eu não ia a lugar nenhum. Eu saí correndo para o quarto pra me trancar e ele veio correndo atrás, me pegou com mais força e me jogou na cama".
  • "Ele deu uma joelhada na parede e começou a gritar dizendo que tinha sido eu (...) O médico perguntou a ele como ele tinha se machucado e ele mentiu, dizendo que tinha caído. Após esse dia, eu disse que iria embora, que ele era muito instável".
  • "Falei que iria embora de novo, que não aguentava mais tanta humilhação e fui pegar minhas malas. Foi quando ele teve uma crise e começou a chutar minhas malas na sala, tomou minha bolsa e escondeu".
  • "Corri para o quarto de hóspedes e me tranquei lá. (...) Ele começou a bater na porta, esmurrar a porta, gritar, xingar, até que ele arrombou a fechadura e conseguiu entrar no quarto e começou a gritar comigo, dizendo que só ia parar se eu tomasse remédio e fosse dormir no nosso quarto"
  • "Preciso prestar novo depoimento, pois fui orientada a mentir sobre a noite da morte do meu filho. Fui treinada por dias para contar uma versão mentirosa por me convencerem de que eu não teria como pagar por um advogado de defesa e que eu deveria proteger o Jairinho, já que ele se diz inocente"
  • "Só pude entender o relacionamento que eu estava vivendo quando fui presa e a maior perda e a maior pena que eu poderia ter em minha vida foi a morte o meu filho amado, Henry".
  • "(Jairinho) ligou a televisão num canal qualquer, baixinho, ligou o ar condicionado, me deu 2 medicamentos que estava acostumado a me dar (...). Logo eu adormeci, acho que nem chegamos a conversar. De madrugada, ele me acordou, dizendo pra eu ir até o quarto, que ele pegou o Henry do chão, o colocou na cama e que meu filho estava respirando mal".