SERIAL KILLER

Em 2013, laudo apontou Lázaro Barbosa como 'psicopata imprevisível'

Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, que está sendo chamado de "serial killer de Brasília", continua foragido

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 21/06/2021 às 18:59
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Procurado há 13 dias pelo assassinato de uma família no Distrito Federal, Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, já havia sido descrito como "psicopata imprevisível" em 2013. A informação foi revelada pela TV Globo, nesta segunda-feira (21).

Chamado nas redes sociais de "serial killer de Brasília", Lázaro é procurado desde o dia 9 de junho, quando, de acordo com os investigadores, invadiu uma chácara em Ceilândia, no DF, e matou quatro pessoas de uma mesma família.

Prisão em 2010 e fuga

Com a ajuda de um comparsa, em 2009, Lázaro Barbosa invadiu uma chácara e estuprou uma mulher, mas só foi preso em 2010 pelo crime. Ele foi condenado a penas que somavam 15 anos, 8 meses e 19 dias de reclusão, por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. Segundo o portal G1, o tempo da prisão preventiva contou como cumprimento da pena.

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Três anos depois, em 2013, foi feito o primeiro pedido de progressão para o semiaberto. No entanto, o juiz Rodrigo Cordeiro de Souza Rodrigues demonstrou "receio" e citou o "comportamento singular do autor, consubstanciado em ações de violência contra outro ser humano, tudo a demonstrar uma personalidade que se revela, nitidamente antissocial". Por conta disso, naquele ano, o magistrado determinou a realização de um exame criminológico de Lázaro.

Lázaro passou por uma avaliação psicológica no presídio, e o laudo criminológico o descreveu como psicopata imprevisível, além de apontar o "serial killer de Brasília" com traços como "agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia".

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O documento também apontava que Lázaro "provavelmente retornará a delinquir", e recomendou a "implementação de algumas medidas e posterior avaliação psicológica antes da concessão de qualquer benefício".

O Ministério Público do DF (MPDFT) reconheceu que Lázaro cumprisse a pena no semiaberto, mas sem direito a benefícios externos, como trabalho e saídas. Em 14 de março de 2014, um juiz atendeu a sugestão, e o preso foi transferido para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR). Também foi determinado que Lázaro fosse submetido a tratamento psicológico.

Em 2015, a defesa de Lázaro Barbosa voltou a pedir para que ele tivesse os benefícios externos. Após a nova solicitação, o MPDFT pediu à Justiça a realização de um novo exame criminológico e argumentou que o laudo anterior "apontou diversos traços negativos, e mencionou expressamente a forte possibilidade de reincidência".

Lázaro conseguiu na Justiça, em janeiro de 2016, a permissão para trabalhar fora do presídio e foi transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Porém, a juíza Yeda Maria Morales Sanchez proibiu que ele tivesse direito às saídas temporárias, os chamados "saidões", por conta "das peculiaridades do caso, dos traços negativos de personalidade e das circunstâncias que envolvem a prática do fato criminoso".

No entanto, no mesmo ano, Lázaro foi um dos 1.450 detentos beneficiados com o "saidão" de Páscoa. Ele deveria ter retornado ao presídio no dia 28 de março de 2016, mas não voltou mais.

Em 2018, Lázaro Barbosa chegou a ser recapturado em Águas Lindas de Goiás e foi levado para o presídio da cidade. A Justiça do DF chegou a determinar a transferência dele "com urgência" para um dos presídios da capital, mas ele fugiu e, desde então, não foi mais capturado.

Por que é tão difícil prender Lázaro? Entenda no vídeo