Saúde

Vetar a distribuição gratuita de absorventes é desconhecer a realidade social do país, critica médico sobre decisão de Bolsonaro

Na última quinta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro decidiu impedir a distribuição de absorventes para mulheres carentes em período menstrual

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 08/10/2021 às 10:32
Prefeitura de Olinda distribui absorventes para adolescentes da rede pública
FOTO: Prefeitura de Olinda distribui absorventes para adolescentes da rede pública

O veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que pretendia distribuir absorventes gratuitamente a mulheres pobres segue sendo criticado pela sociedade. Na manhã desta sexta-feira (8), o médico endocrinologista Francisco Bandeira defendeu, em entrevista à Rádio Jornal, que há provas científicas da importância do uso adequado de absorventes e classificou como "lamentável" a decisão de Bolsonaro.

"Isso tem uma base cientifica muito sólida. Os estudos apontam para um problema de saúde publica, no que chamamos no cuidados com a higiene menstrual. Em alguns países, mulheres perdem de 4 a 6 dias por mês com sangramento de menstruação. Em adolescentes, há aquelas que faltam à escola. A própria Organização Mundial da Saúde já determina que os países distribuam esse material", disse.

Problemas de saúde

Segundo o médico, a ausência de produtos adequados pode causar sérios problemas à vida das mulheres. "Existem mulheres que usam retalhos de roupa, guardanapo, papel, e isso pode causar infecções intravaginais e até infecções uterinas que podem ter proporções graves. O governo tem ido à margem da ciência, mas é lamentável que ocorra esse veto. O problema que nós temos, hoje, é um problema de desigualdade social. É um projeto bem vindo. E veta-alo é desconhecer totalmente a realidade social do país", afirmou.

Ouça a entrevista na íntegra: