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Mistério resolvido! Dermatologistas descobrem causa de surto de coceira em Pernambuco

Com o suporte da Sociedade Brasileira da especialidade (SBD), os especialistas implementaram uma série de ações que permitiram identificar as causas de mais de 200 casos de dermatites registrados em municípios de Pernambuco

Bruna Oliveira
Bruna Oliveira
Publicado em 08/12/2021 às 13:45 | Atualizado em 09/12/2021 às 18:19
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FREEPIK/IMAGEM ILUSTRATIVA
Os sinais e sintomas mais comuns são lesões na pele e coceira - FOTO: FREEPIK/IMAGEM ILUSTRATIVA

Após diversos casos de lesões que provocam coceira na pele serem registrados em municípios de Pernambuco, dermatologistas que atuam no Nordeste ajudaram a entender o motivo da condição. Com o suporte da Sociedade Brasileira da especialidade (SBD), os especialistas implementaram uma série de ações que permitiram identificar as causas de mais de 200 casos de dermatites registrados nas localidades.

O trabalho realizado pelos dermatologistas Cláudia Ferraz e Vidal Haddad Junior indicou que a chave do surto de dermatites pápulo-eritêmato-pruriginosas, com aspecto urticariforme, são as mariposas do gênero Hylesia, que se reproduzem nesta época do ano e causam epidemias de dermatites em vários pontos do País. Esses insetos entram em ambientes domésticos e ao se debaterem contra focos de luz, liberam cerdas corporais minúsculas que penetram profundamente na pele humana e causam a intensa dermatite observada.

Além da inflamação inicial, descrita na histopatologia como um infiltrado linfocitário, existe a probabilidade de formação de granulomas em fases posteriores. A dermatite permanece por dias e até semanas, devido à permanência das cerdas (“flechettes”) na pele. Essas cerdas podem ser observadas na área afetada. De acordo com o SBD, exames realizados as mostraram com clareza.

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Tratamento

O tratamento é feito com foco na inflamação com corticoides tópicos e anti-histamínicos e, por vezes, dependendo da extensão das lesões, o uso de corticoides sistêmicos pode ser necessário. “Com a comprovação das cerdas no exame direto, história clínica e epidemiológica extremamente compatível e relato de mariposas no local feito pelos moradores, concluímos que o mistério está resolvido e esperamos que os tratamentos corretos sejam ministrados à população”, ressaltaram os dermatologistas Claudia Ferraz e Vidal Haddad Júnior.

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