Pernambuco entra em uma nova fase do Plano de Convivência com a covid-19, a partir desta sexta-feira (14). Com isso, o Estado passa a adotar medidas mais restritivas para circulação de pessoas em ambientes propícios à aglomeração, por causa do avanço dos casos de coronavírus.
Por causa do aumento do número de contaminados por covid-19, os laboratórios de medicina diagnóstica já não sinalizam que não suportam mais a pressão na demanda por testes. A associação das empresas já alerta para o maior rigor na triagem para realização dos testes, visando à evitar o desabastecimento.
Serviços de alimentação e bebidas, como bares e restaurantes, cinemas, teatros e até grande eventos, a depender da quantidade de público, exigem o comprovante vacinal completo e teste negativo para a covid-19, a partir de hoje.
As medidas são válidas até o dia 31 de janeiro.
Embora necessárias, as medidas devem levar mais gente em busca da realização de testes, tanto antígeno quanto RT-PCR, e esse acréscimo, na demanda que já tem sido fora do previsto, pode levar a um colapso no atendimento.
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) já alertou esta semana que, assim como em outras partes do mundo, a alta demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 trouxe ao setor de medicina diagnóstica brasileiro a preocupação com a falta de insumos necessários para a realização desses exames.
"Não é possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, pois os estoques são variados dependendo do laboratório e da região, mas há um risco real de desabastecimento", alerta o presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) já apresentou ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com demandas com outras demandas e também "o aporte de recursos financeiros para abertura, no menor tempo possível, de pontos de testagem em massa para acesso de primeiro contato de toda a população".
A Abramed já recomendou a priorização de pacientes para efetuarem os testes, segundo uma escala de gravidade.
"O ideal seria seguirmos testando todo mundo que se expôs de alguma forma, porém, com o cenário que vislumbramos a curto prazo, recomendamos fortemente que sejam submetidos a testes apenas os pacientes que tenham maior gravidade de sintomas" reitera Shcolnik.
Ele cita, entre esses pacientes, os hospitalizados e cirúrgicos, pessoas no grupo de risco, gestantes, trabalhadores assistenciais da área da saúde, e colaboradores de serviços essenciais.
Scholnik recomenda ainda uma parada em testes em alguns grupos de pessoas. "Cessando a testagem de contactantes, assintomáticos e pessoas com sintomas leves, que devem permanecer em isolamento até que o cenário seja normalizado, deixando a possibilidade de teste para os pacientes mais críticos", afirma.
Em coletiva de imprensa, na última terça-feira (11), o secretário de Saúde do Estado, André Longo, afirmou que o Estado está abastecendo os municípios com testes.
"Nós temos testes rápidos. Estamos abastecendo os municípios. Adquirimos mais de um 1 milhão de testes, e temos testes que estão sendo prometidos pelo Ministério da Saúde. Alguns já vieram, mas a última vez que vi o nosso estoque, ele estava na casa dos 600 mil testes ainda, testes de antígeno", disse o secretário.
Quanto aos testes RT-PCR disponíveis na rede pública, o secretário garantiu, na ocasião, ter uma quantidade para "vários meses".
"A gente não tem problema de testes, por aqui, mas queremos mais testes. Queremos que municípios testem cada vez mais. A gente precisa testar assintomático, não só quem tem sintomas", afirmou.
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