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Monark: Quem é? O que Monark fez? Votou no Bolsonaro? Conheça o ex-apresentador de podcast que defendeu partido nazista

Monark é o apelido de Bruno Aiub, um dos maiores podcasters do Brasil

Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos
Publicado em 09/02/2022 às 9:41 | Atualizado em 09/02/2022 às 10:03
Notícia
REPRODUÇÃO DE VÍDEO/FLOW
Em fevereiro, Monark foi demitido do Flow Podcast após defender partido nazista - FOTO: REPRODUÇÃO DE VÍDEO/FLOW

Bruno Aiub - mais conhecido como Monark - conquistou milhares de seguidores nas redes sociais falando sobre jogos e assuntos da atualidade. Desde 2009, posta vídeos no YouTube sobre games e curiosidades. Ao longo da pandemia, ganhou fama ao receber famosos e políticos no "Flow", um dos maiores podcasts do Brasil que tem 3,6 milhões de inscritos atualmente. Esta semana, no entanto, viu tudo desabar.

É que, durante a edição do Flow da última segunda-feira (7), Monark defendeu a criação de um partido nazista no Brasil - o que contraria a Constituição Federal. O que chama atenção é que esta não foi a primeira vez que o influenciador emitiu afirmações preconceituosas. 

Selecionamos algumas das perguntas feitas ao Google sobre o podcaster e vamos respondê-las nesta reportagem. 

Monark votou no Bolsonaro?

Esta é uma das principais perguntas feitas por internautas ao Google na manhã desta quarta-feira (9). A resposta é: Sim. Em uma entrevista com o ex-candidato do PT à presidência da República Fernando Haddad, Monark confirmou que votou em Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018.

O que Monark fez?

Na última segunda-feira (7), enquanto entrevistava os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tábata Amaral (PSB-SP), Monark disse que achava que o Brasil deveria ter um partido nazista reconhecido por lei. A afirmação foi feita, enquanto os participantes do podcast conversavam sobre liberdade de expressão. 

"A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço. Eu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista, reconhecido pela lei", disse Monark, defendendo o direito de alguém ser "antijudeu". 

Perplexa, a deputada Tábata Amaral rebateu a fala de Monark imediatamente. "Liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca em risco a vida do outro". "O nazismo é contra a população judaica e isso coloca uma população inteira em risco", disse a parlamentar. 

Por outro lado, o deputado Kim Kataguiri disse que considera um erro a Alemanha ter criminalizado o nazismo. No século XX, a ideologia nazista foi responsável pelo genocídio de mais de 6 milhões de judeus na Europa, graças à ascensão de Adolf Hitler ao poder na Alemanha. 

Pela Constituição brasileira, é crime "fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo". A pena para o crime é de dois a cinco anos, além do pagamento de multa. 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai investigar se Monark e Kim Kataguiri cometeram o crime de apologia ao nazismo. 

Quem é Monark?

Filho de uma psicóloga e de um analista de sistemas, Monark nasceu em São Paulo e, atualmente, tem 31 anos de idade. No Instagram, ele conta com 579 mil seguidores. No Twitter, são 1,2 milhão de seguidores. 

No início da carreira, Monark publicava vídeos ensinando a jogar Minecraft. Ele nunca fez faculdade e sempre se dedicou às atividades na internet. Além de ganhar dinheiro com as visualizações de seus vídeos no YouTube e com publicidade, Monark também cobra para participar de eventos sobre games. 

Outras falas preconceituosas

Além de defender a criação de um partido nazista no Brasil, Monark já fez outras declarações nazistas e defendeu o direito de alguém ser homofóbico.

Em outubro do ano passado, por exemplo, enquanto entrevistava o humorista Antônio Tebet, Monark disse que homofóbicos deveriam ter o direito de expressar que não gostam de gays, assim como pessoas têm o direito de dizer que não gostam de refrigerante. 

"Opinião racista é crime?"

No mesmo mês de outubro de 2021, Monark, que não é jurista e não tem conhecimentos sobre leis, afirmou no Twitter que "É a ação que faz o crime e não a opinião". Em resposta, o advogado Augusto de Arruda Botelho explicou: "Não, Monark, uma opinião racista pode ser um crime de injúria racial, por exemplo. Posso te dar outros exemplos." O influenciador perguntou, então: "ter uma opinião racista é crime?".

Pedofilia

Em 2020, Monark disse: "Você não acha melhor um cara fantasiando com seus fetiches pedófilos na internet do que pondo em prática?". Os outros participantes do Flow Podcast descordaram de Monark, dizendo que a pedofilia não tem cabimento em nenhuma forma e que a pessoa que tem essas ideias precisa de tratamento. 

Saída de Monark do Flow Podcast

Após a enxurrada de críticas recebidas pela descabida defesa de Monark pela criação de um partido nazista no Brasil, o Flow Podcast anunciou o desligamento do podcaster. Monark é dono de 50% das ações da empresa e o outro apresentador Igor 3K informou que vai comprar a parte que Monark detém. 

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