O especialista em segurança pública, que trabalha com o treinamento de policiais, Adriano Giovaninni, explicou que os dois PRFs que mataram Genivaldo de Jesus Santos em Sergipe tiraram o oxigênio que a vítima deveria respirar dentro da viatura.
"Confinar uma pessoa sob o efeito de um gás dentro de uma viatura, você está abaixando a concentração de oxigênio, vai fazer com que a pessoa simplesmente inale a fumaça ou o produto químico. Ele fez a troca do oxigênio por aquele gás. Isso nenhum organismo consegue suportar", disse Giovaninni em entrevista ao programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo.
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O especialista disse ainda que os policiais falharam em critérios técnicos do uso da munição química. "Você tem que seguir algumas orientações do fabricante e das forças policiais e da ONU. Principalmente, com referência ao gás lacrimogêneo. Tem que usar em área aberta. [O gás] é usado para dispersar manifestação em local aberto porque é diluído com o ar, vai prejudicar um pouco a respiração e provocar a dispersão", comentou.
Gás pode ser usado em local fechado?
Giovaninni explicou que, em alguns casos específicos, o gás pode ser usado em locais fechados. "Eu posso comandar uma equipe tática e usar um local fechado, um cômodo, uma residência na qual há reféns, mas as equipes devem estar usando máscara com filtro contra gás, se não eles não vão conseguir atuar", explicou.
Para o especialista, o uso de algemas seria suficiente para conter Genivaldo. Ele classificou o episódio como um "desastre".
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