Em meio às imagens de indígenas Yanomami morrendo de fome em pleno território brasileiro, uma fake news circula nas redes sociais tentando fazer internautas acreditarem que a crise é uma invenção ou que as vítimas seriam venezuelanos. Entenda a verdade:
A reserva Yanomami fica localizada dentro da Floresta Amazônica, na divisa entre o Brasil e a Venezuela. Do lado brasileiro, são 9,6 milhões de hectares espalhados entre os estados de Roraima e do Amazonas. O ponto mais crítico, no momento, fica no oeste do estado de Roraima, conforme mostra o mapa a seguir:
A repórter da TV Globo Sônia Bridi esteve na reserva e explicou que seria impossível que os indígenas Yanomami saíssem da Venezuela para dizer que estavam passando fome no Brasil.
"A Terra Yanomami é imensa. É do tamanho de Portugal e é toda montanhosa. As pessoas não conseguem se deslocar a pé. Ainda mais mal nutridas. Então, esse boato maldoso espalhado nas redes sociais de que são Yanomamis da Venezuela que vieram para o Brasil para dizer que foi no Brasil, além de ser uma grande mentira, é uma mentira que qualquer raciocínio desmonta", disse Sônia Bridi em entrevista ao podcast Isso é Fantástico.
"Como é que pessoas subnutridas, completamente enfraquecidas, vão atravessar centenas de quilômetros, numa floresta cheia de montanhas, com clima completamente instável, para vir dizer que estão vindo passar fome no Brasil? É um absurdo sem tamanho, que só complementa a maldade da situação que a gente já está testemunhando. Essas pessoas mal conseguem chegar para cuidar de suas roças, quanto mais para passar de um país para outro", disse a repórter.
Órgãos de defesa dos povos indígenas afirmam que, nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro, garimpeiros invadiram as terras Yanomami levando fome, mortes e doenças.
A atividade do garimpo causa diversos problemas como:
MORTES E ADOECIMENTOS:
O ex-presidente Bolsonaro se mostrou simpático ao garimpo, chegando até a fazer uma visita a um local de exploração. Em Roraima, nas eleições 2022, garimpeiros fizeram campanha pró-Bolsonaro.
Enquanto presidente, Bolsonaro deu pelo menos duas lavras para exploração de garimpo, por meio da Agência Nacional de Mineração para pessoas ligadas ao garimpo ilegal de minério, segundo apurou a Folha de São Paulo.
Reportagem de Sônia Bridi e Paulo Zero, no Fantástico, da TV Globo, mostrou que, em dezembro de 2022, a área atingida pelo garimpo ilegal chegava a 5 mil hectares. É um aumento de 300% em relação ao final de 2018, antes de Bolsonaro assumir a Presidência.
Após ser empossado, Lula (PT) visitou os Yanomami e decretou estado de emergência. Profissionais de saúde e cestas básicas foram enviados para Roraima.
Esta semana, o presidente determinou o bloqueio do tráfego aéreo e fluvial para impedir a movimentação dos garimpeiros. O governo planeja uma megaoperação contra o garimpo ilegal. Até o momento, mais de mil Yanomamis foram resgatados em condições graves de saúde.
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