A situação do estado de saúde da cantora Paulinha Abelha foi explicada durante uma coletiva de imprensa realizada nessa terça-feira (22).
Segundo os médicos responsáveis pelo tratamento da vocalista da banda Calcinha Preta, a parte neurológica da artista é o que mais preocupa, já que ela está no estágio mais grave do coma.
Segundo os especialistas, Paulinha se encontra na escala Glasgow 3. O método é utilizado para definir o estado neurológico de pacientes com lesão cerebral, se é um coma mais profundo ou leve, por exemplo.
Ainda de acordo com a equipe médica, Paulinha Abelha apresentava lesão renal que levou a uma disfunção dos rins. Posteriormente, a cantora apresentou também disfunção orgânica, hepática e neurológica.
Em coma grave, Paulinha foi transferida para outro hospital, onde se mantém em quadro muito grave.
Os médicos reiteram que estão investigando a origem das disfunções, mas que trabalham com a possibilidade de um "diagnóstico sindrômico".
Apesar da situação delicada, os médicos descartaram, no momento, morte cerebral da cantora.
"Não tem nenhuma evidência neste momento que o cérebro dela [Paulinha Abelha] se encontre em morte encefálica. Temos uma avaliação contínua e diária da função neurológica. As avaliações das funções orgânicas, renal, hepática e neurológica são de maneira contínua. O quadro clínico é monitorado de forma contínua e diária", esclareceu o médico.
Os médicos responsáveis que acompanham o caso de Paulinha Abelha ainda estão investigando a origem do quadro grave da cantora.
De acordo com as informações dadas durante a coletiva, a paciente deu entrada no hospital com insuficiência renal, que evoluiu para uma insuficiência orgânica, hepática e, posteriormente, neurológica.
Ao atingir o cérebro, a cantora entrou em coma. Inicialmente houve a possibilidade da existência de uma bactéria no cérebro, o que foi descartada pelos médicos.
"Nós não conseguimos isolar nenhum microrganismo, seja ele viral ou bacteriano, que esteja causando o coma dela", disse um dos médicos.
"Ela tem uma encefalopatia severa que está causando o coma dela. Muito provavelmente origem tóxico-metabólica na cadeia de eventos que seguiu o dano renal, dano hepático e, por último, lesão cerebral", complementou o especialista.
Na investigação pela origem do primeiro problema apresentado por Paulinha Abelha, a lesão renal, os médicos trabalham com diversas hipóteses. Entretanto, os especialistas ainda não chegaram a um diagnóstico fechado.
Na coletiva, os médicos informaram que Paulinha Abelha fazia uso de medicamentos e fórmulas terapêuticas diuréticas e anti-inflamatórias com acompanhamento médico.
É sabido, inclusive, que o uso excessivo dessas substâncias pode levar a lesões em órgãos com rins e fígado.
Entretanto, os médicos afirmam que não existe nenhum exame comprobatório que aponte para a existência de uma lesão prévia nos órgãos e que foram agudizadas dias antes da paciente chegar ao hospital. "Fizemos exames de imagem e não nenhum sinal de lesão crônica", afirmou um dos médicos.
Os médicos, entretanto, utilizando o termo "síndrome tóxico-metabólica" para se referir ao caso de Paulinha.
Ao explicar sobre o que referiam com o termo, foi esclarecido que a equipe se refere a alguma substância que está circulando no corpo da paciente e está causando "uma cascata de inflamações ou lesões ou de lesões nesses órgãos".
O médico ressaltou ainda que as substâncias das quais Paulinha Abelha utilizava eram sob "caráter supervisionado", embora ainda trabalhem com a hipótese de que a paciente ter uma lesão decorrente dos tratamentos e medicamentos usados.
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