A noite desta segunda-feira(3) no Recife foi marcada por um ataque de Torcida Organizada do Sport a um grupo de torcedores do Santa Cruz que festejava os 106 anos de vida do clube, no Largo da Santa Cruz, na Boa Vista. O cenário, que prioritariamente seria de festa tricolor, deu lugar a cenas de violência e selvageria – inclusive com relatos de tiros -, ferindo muita gente.
Em entrevista ao Jornal do Commercio e Blog do Torcedor, o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, repudiou a atitude dos membros da organizada. “Pessoas que estavam apenas comemorando o aniversário do seu clube de coração foram agredidos de forma covarde. Você imagina o trauma para aquelas crianças que estavam com a camisa do seu clube de coração e jogando futebol. É de cortar o coração. O que for necessário para coibir a violência entre facções será feito pelo Santa Cruz”, diz o mandatário.
Nesta segunda-feira, o diretor de marketing do Santa Cruz, Ricardo Leite, destacou que o clube iria dar todo o suporte aos feridos – especialmente às crianças. E o discurso foi reforçado pelo presidente coral. “Temos o papel de acolher as pessoas agredidas, principalmente as crianças. Quem tava ontem é porque gosta do seu clube de coração. Então a gente vai organizar um evento, trazer essa criançada para o Arruda e fazer a divulgação. Repudiamos o ato covarde ontem e vamos fazer de tudo para não deixar nenhuma sequela. A gente tem que fazer de tudo para não afastar as pessoas de bem”, explica o presidente.
Em entrevista na manhã desta terça-feira (4) a Rádio Jornal, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro de Carvalho, lamentou que a polícia militar tenha atirado para cima com o intuito de dispersar os vândalos. Na opinião do mandatário, os policiais deveriam ter mirado em quem estava fazendo a confusão.
Questionado se esse era o caminho ideal para acabar com a violência causada pelas organizadas, o presidente do Santa Cruz afirmou não compactuar com a ideia. “Acho que a frase foi muito forte. Não compactuo com violência para combater violência. O Estado tem condição para resolver isso e acho que os clubes também podem oferecer uma questão de leitor biométrico para que o torcedor possa se identificar, por exemplo. Acho que é preciso ser firme e forte e, sem dúvida alguma, dar punição. Não podemos deixar isso impune de jeito nenhum. Agora não acho que precisamos atirar e matar quem quer que seja”, destaca Constantino.
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Ao ser perguntado se o Santa Cruz tinha algum vínculo oficial com a Inferno Coral – principal organizada do clube – ou com outro grupo, o presidente foi taxativo e afirmou que não há relação. “Não, o Santa Cruz não tem nenhum vínculo. Não promove festas e qualquer coisa relacionada com a organizada. A gente respeita o que é feito nas arquibancadas, mas não tem relação com o nosso clube”, finaliza.
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