A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Governo de Pernambuco afirmou que está em contato com autoridades da Nicarágua e com a responsabilidade de fazer o translado do corpo da estudante Raynéia Gabrielle Lima, morta a tiros em Manágua, capital do país, na última segunda-feira (23). A vítima, que tinha 31 anos e estudava medicina na Universidade Americana, nasceu em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco. Uma equipe do centro estadual de apoio às vítimas de violência foi enviada à cidade de Garanhuns, onde mora a mãe da vítima, para prestar apoio jurídico e psicológico.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, afirma que o Governo do Estado pediu celeridade ao Ministério das Relações Exteriores para realizar o translado do corpo.
Ouça informações com Bruna de Oliveira:
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que está em contato com familiares de Raynéia Lima e afirmou, ainda, que a Embaixada do Brasil em Manágua presta apoio para a liberação do corpo e está providenciando a documentação necessária e o levantamento dos custos. O ministério informou que os procedimentos médico-legais são de competência exclusiva das autoridades da Nicarágua, responsáveis pela liberação do corpo.
O governo brasileiro e a embaixada em Manágua têm insistido sobre a necessidade de encontrar os culpados. Para o cônsul honorário de Malta no Recife, o cientista político Thales Castro, o Brasil deveria ter tomado uma atitude mais drástica sobre o caso.
Raynéia Gabrielle Lima teve o carro em que estava metralhado, nessa segunda, durante uma onda de protestos que pede a saída do presidente Daniel Ortega. Segundo a aposentada Maria José, mãe de Raynéia, a jovem comentava sobre a violência no país.
De acordo com informações de amigos, Rayneia Lima não participava dos protestos contra o presidente da Nicarágua. A Associação Nicaraguense de Direitos Humanos informou que mais de 350 pessoas já morreram desde o início das manifestações. A maioria estudantes. A Nicarágua está imersa na crise mais sangrenta da história do país em tempos de paz e a mais forte desde a década de 1980, quando Ortega também foi presidente.
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