
Mais do que abrigos, as instituições que cuidam dos idosos de Olinda têm sido verdadeiras fortalezas contra o novo coronavírus. Depois de mais 120 dias de pandemia em Pernambuco, nenhum dos 188 idosos que vivem nos oito abrigos da cidade teve a covid-19. Isso foi graças a uma ação conjunta de todas as instituições.
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A coordenadora do projeto Selo Abrigo Amigo do Idoso, Elisângela Martins, ajudou a ajustar a estratégia. “Esse êxito só demonstra a importância do trabalho coletivo e articulado em prol dessa população. O envolvimento do Ministério Público, do Conselho, das Secretaria de Saúde e Assistência, das ILPIs (Instituição de Longa Permanência para Idoso) trabalhando em conjunto para preservação dessas vidas”, comentou.
O cuidado se justifica porque, em média, 30% dos casos da covid-19 em Pernambuco são em idosos. Por isso, o infectologista Gabriel Serrano criou protocolos para cada abrigo. “No início de março a gente já fez, por exemplo, o isolamento. A gente fez com que os idosos não tivessem visitas, como acontecia antes, dos familiares, numa época em que ninguém estava tomando esse tipo de conduta ainda. A gente conseguiu montar um protocolo levando em consideração a nossa realidade, trazendo a experiência de outros países, mas adaptado para a nossa”, explicou.
Rotina alterada pela pandemia

As ILPIs, ou abrigos, passaram por uma transformação física e de hábitos, como explica o coordenador do abrigo Santo Antônio, José Duarte. “A mudança foi muito grande aqui. A gente já tinha cuidado, só que tudo foi dobrado. Tivemos que usar máscara direto, lavar as mãos passar álcool, os funcionários chegam e tiram o sapato e colocam calçados da instituição, tomar banho, trocar pela roupa da instituição. As idosas a gente também deixou de chegar junto delas, antes ficávamos brincando, agradando, conversando. Tudo isso foi suspenso”, disse.
A idosa Maria da Paz, mora no abrigo há três anos, admite que o isolamento tem sido um grande desafio para ela e as amigas. “Muito difícil não poder abraçar as amigas aqui de dentro do abrigo e os familiares, principalmente. Só poder ter acesso pelo celular”, comentou. “Tenho absoluta certeza, pela fé viva que tenho em Jesus, que nenhum caso nós termos aqui”, finalizou.
O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização.
- Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
- Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.