Corrida Eleitoral

“Pandemia traz desafios sanitários e avaliações positivas na economia do Governo Bolsonaro”, avalia cientista político sobre corrida eleitoral

Segundo Antônio Lavareda, o presidente Bolsonaro tem críticas contra a conduta sanitária do combate a covid-19, mas atraiu alguns olhares positivos com a implantação do auxílio emergencial

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 04/09/2020 às 11:42
Marcello Casal Jr./ABr
FOTO: Marcello Casal Jr./ABr

Em entrevista ao Passando a Limpo, desta sexta-feira (4), o cientista político Antônio Lavareda falou sobre as pesquisas realizadas no Nordeste referente ao governo Bolsonaro. De acordo com a pesquisa feita pela PoderData, nessa quinta-feira (3), a aprovação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria caído na Região Nordeste. O cientista, no entanto, acredita que é possível que esses resultados estejam contraditórios. Segundo ele, a situação não seria plausível.

Para Lavareda, é importante entender que a avaliação de governantes e entes públicos são derivados de quatro fatores principais.

“É impossível imaginar que depois do presidente ter feito viagens para o Nordeste, em específico, sua aprovação tenha simplesmente caído na região. Não faz qualquer sentido. É importante entendermos que a avaliação de governantes e entes públicos se dá diante de quatro vetores: a imprensa, a propaganda, as relações sociais junto com as redes sociais e a experiência pessoal”, explica.

Ele associa esses fatores à imagem do Chefe do Executivo. “Bolsonaro teve uma diminuição no volume de notícias negativas após aderir ao centrão. A propaganda se tornou mais técnica e a experiência pessoal é reforçada com o auxílio emergencial. Por que ele iria despencar 7 pontos em 17 dias? Não é plausível”, relata.

Impactos da pandemia

O cientista também mencionou como a pandemia impactou o atual governo de forma negativa e positiva. Segundo ele, Bolsonaro pecou na questão sanitária no combate ao coronavírus. Como exemplo, Lavareda citou a escolha dos ministros e a liderança da pasta pelo ministro interino, Eduardo Pazuello. Já o ponto positivo ficou por conta do auxílio emergencial, segundo o cientista.

“A pandemia no impacto sobre o governo Bolsonaro se dá a partir de dois ângulos. No âmbito sanitário, ele perde. Quando você pergunta às pessoas nas pesquisas sobre o seu desempenho, essa avaliação é rigorosa. Em contrapartida, ele ganha por conta do auxílio emergencial. Isso reflete com mais força na avaliação geral. Ou seja, a pandemia trouxe para o Bolsonaro primeiro o desafio, no qual ele foi mal avaliado e trouxe perdas com a opinião pública. Mas, em relação a economia, ele vem com o auxílio emergencial. Com isso, ele consegue ser favorecido nas camadas de menor renda e escolaridade”, exemplifica.

Pesquisas

Lavareda ainda explica como uma pesquisa sobre avaliações governamentais deve funcionar.

"É muito importante que uma pesquisa seja representativa do eleitorado, mas para ela ser representativa do eleitorado precisa não só representar os segmentos demográficos como também representar os segmentos políticos”, diz.

Confira a entrevista na íntegra: