O mês de setembro é dedicado à campanha de valorização da vida e prevenção do suicídio por meio do Setembro Amarelo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda principal causa de morte em jovens com a faixa etária entre 15 a 24 anos, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito envolvendo carros. O dado revela a importância de cuidar e voltar a atenção para a saúde mental dessa parcela da população. Ainda de acordo com a organização, um em cada cinco adolescentes enfrenta problemas de saúde mental no mundo inteiro.
Para o psiquiatra Júlio Gouveia, a formação de redes de apoio são fundamentais na solução de problemas com a saúde mental na vida desses jovens. “A família, os colegas, a escola, e as redes de apoio psíquico, como as unidades de saúde, são as ferramentas que ajudam a quebrar as barreiras, que vai conseguir acessar mais esse indivíduo. A formação de redes sempre vai ser mais benéfica para a prevenção”, finaliza o psiquiatra.
O psiquiatra alerta que atitudes como isolamento e o desinteresse pela escola ajudam a identificar quando o adolescentes está precisando de ajuda. “A gente vai começar a notar um comportamento mais alterado nesses indivíduos com algumas evasões da escola, notando alguns desinteresses pela escola, pelos pares. O adolescente que começa a se isolar mais, que começa a não querer entrar em contato com outras pessoas, mostrando uma apatia, dificuldade de enxergar coisas boas. A gente precisa estar com o olhar aberto e com os ouvidos principalmente também abertos para saber o que está se passando na vida dessas pessoas”, disse.
A adolescência é uma fase da vida vista como um momento de grandes transformações na vida dos jovens e que carrega impactos que mudam a forma de se enxergar diante da sociedade. Esse processo pode causar um conflito de identidade, como explica o especialista. “A gente entende que o adolescente não consegue se comunicar muito bem. Principalmente em relação aos sentimentos dele. Esse é um momento em que ele está passando por transições, identificações. O adolescente precisa se distanciar de quem ele era. Aquela criança, que é vista como uma coisa dependente, infantil. E ele precisa se distanciar dessa imagem para os pares dele, para se aproximar de uma imagem mais independente, mais adulta. Isso causa um conflito muito grande de identidade", complementou.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que querem e precisam conversar. O serviço garante total sigilo e atende 24 horas todos os dias.
Você pode entrar em contato com o CVV pelo site www.cvv.org.br ou pelo telefone 188.
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