No segundo dia de greve de ônibus na Região Metropolitana do Recife, a movimentação dos coletivos na área central da capital pernambucana é um pouco maior do que a registrada nesta terça-feira (22). No entanto, o movimento de veículos desta quarta-feira (23) ainda é pequeno, se comparado aos dias de operação normal. O Grande Recife Consórcio de Transportes informou que o sistema operava com 43% da frota de ônibus nas ruas até às 7h.
"A situação de hoje é bem diferente da de ontem, ontem nós tivemos uma frota muito reduzida em circulação. Com a determinação de que a gente colocasse 50% da frota em circulação, houve uma saída mais tranquila das garagens. Nós não conseguimos chegar aos 50%, mas estamos na ordem de 43% até as 7h, e a gente acredita que essa situação se normalize ao decorrer do dia", explicou em entrevista à reportagem do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) o diretor de operações do Grande Recife Consórcio, André Melibeu.
Nesta terça, a Justiça do Trabalho expediu uma liminar determinando que os rodoviários garantam, no mínimo, 50% da frota circulando nos horários de pico do dia - das 5h às 9h e das 16h às 20h. Nos demais horários, quando a demanda é menor, deve ser garantido 30% da frota.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) pleiteava 70% e 50% da frota no horário de pico e nos demais horários, respectivamente. O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT 6ª) atendeu parcialmente ao pedido.
Terminais lotados
Apesar da aparente melhora na circulação dos ônibus no Grande Recife, diversos terminais integrados da cidade registram longa espera e aglomerações de pessoas dentro e fora dos coletivos. Nos terminais da Macaxeira, na Zona Norte da cidade, do Barro, na Zona Oeste, e de Joana Bezerra, área central da capital, por exemplo, os passageiros enfrentam filas enormes para embarcar
Multa
O Tribunal fez recomendações ao Sindicato dos Rodoviários, como se abster de "praticar atos que causem prejuízos materiais às empresas, como depredação de ônibus, incêndio de veículos, destruição de componentes desses ônibus, como pneus, vidros, bancos, e outros que compõem". Em caso de descumprimento das determinações, a multa é de R$ 100 mil.
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Reivindicações
Os rodoviários cobram o fim da dupla função para motoristas, que passaram a acumular a função que era exercida pelos cobradores. A categoria também cobram o pagamento de reajuste retroativo de salários, repasse de vales de alimentação e garantia de emprego de seis meses.
Reunião nesta quarta
Trabalhadores e empresários do transporte coletivo têm encontro por videoconferência, às 10h. A mediação desta quarta-feira será da vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª região (TRT 6), Dione Nunes Furtado. A reunião pode dar fim à greve.
Rodoviários acreditam que mobilização tem surtido efeito
Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, avalia que a mobilização tem surtido efeito e todos continuam de braços cruzados. “A nossa greve foi tão forte que fez com que o Tribunal Regional do Trabalho, mesmo em recesso, pautasse uma audiência para discutir toda a situação. A greve está mantida. Precisamos estar firmes e fortes na luta. Companheiros não vão para as para as garagens para não vão se expor. O governo Paulo Câmara coloca a repressão policial nas garagens para reprimir os trabalhadores e desmobilizar a categoria”, afirmou. “Cruzem os braços, até segunda ordem do sindicato”, concluiu.
Urbana-PE
O sistema de transporte coletivo na região metropolitana do recife é formado por 13 empresas de ônibus. Fernando Bandeira, presidente da Urbana-PE, sindicato que representa o setor, fala em contratações temporárias para substituir os grevistas.
“A gente não pode ficar com a cidade parada. Estou determinando que as empresas operadoras convoquem seus bancos de dados de motoristas para que nós possamos resolver”, disse Bandeira, nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Jornal.