O caso do menino Henry Borel, morto dentro do apartamento onde morava com a mãe e com o padrasto, fez internautas lembrarem de outro caso bastante enigmático e que chocou o Brasil 13 anos atrás: o da menina Isabella Nardoni. A garotinha foi assassinada em 2008, e o pai e a madrasta dela foram condenados pelo crime. Entre os dois casos, há semelhanças e diferenças.
Semelhanças entre os casos Henry Borel e Isabella Nardoni
- Suspeitos são pessoas que deveriam proteger as vítimas
Em ambos os casos, os principais suspeitos são pessoas que deveriam proteger as crianças. Enquanto os suspeitos de matar Henry são a mãe, a professora Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador carioca Dr. Jairinho, no caso de Isabella Nardoni, foram acusado e condenados o pai (Alexandre Nardoni) e a madrasta (Anna Carolina Jatobá).
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- Vítimas muito jovens
Ao morrer, em 8 de março, o menino Henry tinha apenas quatro anos de idade. Em 2008, Isabella Nardoni tinha um a mais que Henry: cinco anos de idade. No próximo domingo (18), se estivesse viva, Isabella completaria 19 anos de idade.
- Crimes cometidos em condomínios de classe média alta
O crime cometido contra Isabella, há 13 anos, aconteceu no edifício London, zona norte de São Paulo. O apartamento onde Henry foi assassinado está localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Henry e a mãe, Monique, moravam com o vereador Dr. Jairinho desde dezembro passado.
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- Datas e horário dos crimes
Isabella foi jogada do sexto andar do edifício London na noite do sábado, dia 29 de março de 2008. A morte de Henry aconteceu entre a noite do domingo (7) e a madrugada da segunda-feira, dia 8 de março deste ano. A tese mais aceita entre os peritos é de que a morte aconteceu já na madrugada da segunda.
Diferenças entre os casos Henry Borel e Isabella Nardoni
- Câmeras de segurança
Em 2008, o edifício London não tinha câmeras de segurança nos elevadores. Em função da ausência de uma testemunha ocular, que confirmasse exatamente o que aconteceu, os investigadores não conseguiram entender exatamente como Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá subiram ao apartamento da família nem como desceram para socorrer Isabella, após a queda. A hipótese levantada pelos acusados - de que um invasor teria adentrado no apartamento e matado a menina - também não foi provada.
Já no caso da morte de Henry Borel, as câmeras capturaram a movimentação da família. As gravações descartam, por exemplo, a possibilidade de um terceiro envolvido no crime, já que ninguém se aproximou do apartamento durante o período em que o crime aconteceu. Outro fato extremamente relevante é que as imagens do momento do socorro de Henry indicam que, pelas características do corpo, o menino já deixou o apartamento morto. As câmeras registraram Henry com os olhos revirados e com o corpo pálido sendo carregado pela mãe.
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- Maus tratos
Nas investigações do caso Nardoni, jamais se comprovou que Alexandre ou Anna Carolina eram agressivos com Isabella. A menina, inclusive, adorava visitar os dois e os irmãos menores. No final de semana do crime, a garoto pediu que fosse levada à casa do pai um dia antes do combinado. Pouco após o crime, a própria família materna da Isabella chegou a defender os criminosos, e uma ex-namorada de Alexandre duvidava do envolvimento dele com a morte de Isabella.
No caso de Henry, pelo contrário. Várias testemunhas desenharam para a Polícia um perfil extremamente violento do padrasto do garoto, o vereador Dr. Jairinho. A própria mãe do garoto havia dito a uma pediatra que Henry passava vomitava e tremia ao ver o padrasto. Mensagens trocadas entre ela e a babá de Henry também confirmam que Jairinho batia no menino. Nas investigações, ex-companheiras do vereador também relataram agressões. Uma delas disse que Jairinho chegou a afundar a cabeça da filha dela em uma piscina. Henry também já havia deixado claro o desejo de morar com os avós, ao invés de conviver com a mãe e Jairinho.
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- Dependência financeira
A madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina, era dependente financeiramente de Alexandre. Ela foi morar com o namorado aos 19 anos de idade. Quando matou a enteada, era uma dona de casa de 25 anos e dois filhos.
Até aqui, não se comprovou que Monique seja dependente financeiramente de Jairinho. Ainda que tenha conseguido um emprego com remuneração melhor ao começar a se relacionar com o vereador, no Tribunal de Contas do Município, Monique já trabalhava antes de conhecer o atual namorado.