Procurado há 13 dias pelo assassinato de uma família no Distrito Federal, Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, já havia sido descrito como "psicopata imprevisível" em 2013. A informação foi revelada pela TV Globo, nesta segunda-feira (21).
Chamado nas redes sociais de "serial killer de Brasília", Lázaro é procurado desde o dia 9 de junho, quando, de acordo com os investigadores, invadiu uma chácara em Ceilândia, no DF, e matou quatro pessoas de uma mesma família.
Com a ajuda de um comparsa, em 2009, Lázaro Barbosa invadiu uma chácara e estuprou uma mulher, mas só foi preso em 2010 pelo crime. Ele foi condenado a penas que somavam 15 anos, 8 meses e 19 dias de reclusão, por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. Segundo o portal G1, o tempo da prisão preventiva contou como cumprimento da pena.
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Três anos depois, em 2013, foi feito o primeiro pedido de progressão para o semiaberto. No entanto, o juiz Rodrigo Cordeiro de Souza Rodrigues demonstrou "receio" e citou o "comportamento singular do autor, consubstanciado em ações de violência contra outro ser humano, tudo a demonstrar uma personalidade que se revela, nitidamente antissocial". Por conta disso, naquele ano, o magistrado determinou a realização de um exame criminológico de Lázaro.
Lázaro passou por uma avaliação psicológica no presídio, e o laudo criminológico o descreveu como psicopata imprevisível, além de apontar o "serial killer de Brasília" com traços como "agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia".
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O documento também apontava que Lázaro "provavelmente retornará a delinquir", e recomendou a "implementação de algumas medidas e posterior avaliação psicológica antes da concessão de qualquer benefício".
O Ministério Público do DF (MPDFT) reconheceu que Lázaro cumprisse a pena no semiaberto, mas sem direito a benefícios externos, como trabalho e saídas. Em 14 de março de 2014, um juiz atendeu a sugestão, e o preso foi transferido para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR). Também foi determinado que Lázaro fosse submetido a tratamento psicológico.
Em 2015, a defesa de Lázaro Barbosa voltou a pedir para que ele tivesse os benefícios externos. Após a nova solicitação, o MPDFT pediu à Justiça a realização de um novo exame criminológico e argumentou que o laudo anterior "apontou diversos traços negativos, e mencionou expressamente a forte possibilidade de reincidência".
Lázaro conseguiu na Justiça, em janeiro de 2016, a permissão para trabalhar fora do presídio e foi transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Porém, a juíza Yeda Maria Morales Sanchez proibiu que ele tivesse direito às saídas temporárias, os chamados "saidões", por conta "das peculiaridades do caso, dos traços negativos de personalidade e das circunstâncias que envolvem a prática do fato criminoso".
No entanto, no mesmo ano, Lázaro foi um dos 1.450 detentos beneficiados com o "saidão" de Páscoa. Ele deveria ter retornado ao presídio no dia 28 de março de 2016, mas não voltou mais.
Em 2018, Lázaro Barbosa chegou a ser recapturado em Águas Lindas de Goiás e foi levado para o presídio da cidade. A Justiça do DF chegou a determinar a transferência dele "com urgência" para um dos presídios da capital, mas ele fugiu e, desde então, não foi mais capturado.
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