"A Menina Que Matou os Pais" e "O Menino Que Matou Meus Pais" são filmes lançados no Amazon Prime Video, na semana passada, abordando os eventos anteriores ao assassinato dos pais de Suzane von Richthofen — arquitetado por ela mesma, junto com o namorado, Daniel Cravinhos, e o cunhado, Cristian Cravinhos.
Por se tratar de um caso que chocou todo o Brasil, algumas polêmicas sobre as produções dos filmes sobre o caso Richthofen acabaram surgindo. Entre as principais dúvidas, uma das mais comentadas nas redes sociais era sobre o envolvimento de Suzane e os irmãos Cravinhos na produção do longa, além da possibilidade de os três receberem dinheiro pelos títulos.
>>> LEIA MAIS: Veja perguntas e respostas sobre Suzane von Richthofen.
Em entrevista à Splash, do Uol, Carla Diaz, atriz que vive Suzane nos longas, explicou que não houve contato com a condenada. A produção nunca quis ter tipo de envolvimento com os envolvidos no caso real e eles não têm ligação com as produções dos filmes.
Os roteiros, baseados nos autos do processo, são assinados por Raphael Montes e Ilana Casoy, criminóloga que acompanhou as reconstituições do caso e esteve presente durante o julgamento.
Em conversa com Splash, Montes esclareceu que, por se tratar de um caso público, não é necessária a autorização ou envolvimento de ninguém que esteve no caso.
Procurado por Splash, Rodrigo Moraes, advogado e professor de Direito Civil e Propriedade Intelectual da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, explicou que não é necessário autorização prévia para obras literárias e audiovisuais biográficas. Segundo ele, não há premissa de pagamento de royalties ou qualquer pagamento a título de direito de imagem. Quem tem direito a royalties é o autor da obra audiovisual biográfica, não o personagem biografado.
No caso dos direitos de imagem dos envolvidos, a lei não é tão assertiva, sendo necessário ponderar "a notoriedade do retratado e dos fatos abordados". Para o advogado, por se tratar de um caso notório, e amplamente divulgado pela mídia, Suzane não tem direitos à própria imagem, pois é usada para retratar o crime, um fato histórico.
Caso a personagem biografada tivesse direito a exigir um preço pelo uso de 'sua imagem', numa obra audiovisual biográfica, poderia ser uma censura privada, que é vedada pela Constituição Federal de 1988. Sendo assim, nenhum dos envolvidos recebeu ou receberá qualquer tipo de compensação pelos filmes.
Condenada pela morte dos pais, Suzane von Richthofen cumpre a pena em regime semiaberto e tentou barrar o lançamento dos títulos e impedir a estreia, mas o pedido foi negado pela Justiça.
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