A morte dos pais de Suzane von Richthofen fez 19 anos, nesse domingo (31), e continua repercutindo. Atualmente com 37 anos de idade, Suzane von Richthofen nunca foi plenamente esquecida pela sociedade, desde 2002, quando tramou e participou dos assassinatos contra os próprios país, o engenheiro Manfred, de 49 anos, e a médica psiquiatra Marísia, 50 anos.
O nome dela voltou à cena nacional, com o lançamento de dois filmes que retratam o terrível e histórico crime. "A menina que matou os pais" e "O menino que matou meus pais", lançados em setembro e contando as versões dos criminosos.
Loira, com rosto angelical, voz mansa e estudante de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Quem via Suzane aos 18 anos chorando no sepultamento dos pais não podia imaginar que ela própria era a responsável por tamanha brutalidade.
De acordo com os investigadores, ao lado do namorado Daniel Cravinhos, Suzane tramou o assassinato dos pais, que foi colocado em prática em 31 de outubro de 2002. O objetivo era um só: a busca por dinheiro. O crime foi cometido por Daniel e pelo irmão dele, Christian. Os dois mataram os pais de Suzane dentro da casa da família, em um bairro nobre de São Paulo. À Justiça, Suzane disse que foi induzida pelo namorado a cometer o crime.
Suzane está presa em Tremembé, São Paulo. Ela foi condenada a 39 anos de prisão. Depois, a pena foi reduzida para 34 anos e 9 meses. Presa desde 2004, Suzane progrediu para o semiaberto em 2015. Em setembro, inclusive, recebeu a permissão para uma saidinha temporária ao lado de outras criminosas famosas como Ana Carolina Jatobá (Caso Isabella Nardoni) e Elize Matsunaga (Caso Yoki).
Dentro da cadeia, Suzane é conhecida por ter bom comportamento. Apesar disso, em 2013, 2015, 2017 e 2018, exames psicológicos diagnosticaram que a moça tem personalidade limítrofe e com características narcisistas. Na prisão, já teve um relacionamento homoafetivo com outra detenta, conhecida como Sandrão.
Depois, conheceu o serralheiro Rogério Olberg, com quem se relacionou. Ela terminou o relacionamento em março de 2020, mas segue próxima à família Olberg. A ideia dela e do ex-namorado é lançar uma autobiografia. Os lucros serão divididos entre eles.
De acordo com o portal Metrópoles, os Olberg teriam interesse em manter um negócio com ajuda do dinheiro que Suzane pode receber como herança de uma avó.
Neste mês de setembro, a Justiça autorizou Suzane a cursar a faculdade de farmácia, fora da penitenciária, em uma instituição de ensino superior de Taubaté, em São Paulo. Ela fica, assim, autorizada a sair sempre às 17h e deve voltar até 23h55. As aulas começaram em 29 de setembro.
De acordo com reportagem da revista Veja, a biografia não autorizada "Suzane: Assassina e Manipuladora", Suzane chegou a ser ameaçada pelo PCC. Inteligente, a jovem teria jogado charme para o médico da prisão que, apesar de não ceder aos encantos da mulher, alertou Suzane, que conseguiu evitar de ser morta. Ainda de acordo com o livro, Suzane conseguia com que outras presas limpassem sua cela e arrumassem seu cabelo.
Os filmes A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais estão disponíveis na Amazon Prime. O primeiro narra a versão de Daniel Cravinhos para o crime. Já o segundo conta a versão de Suzane. A ideia do diretor Maurício Eça é de que o público decida em qual dos lados acreditar.
Condenado a 39 anos de prisão, Daniel Cravinhos foi, ao lado do irmão, Cristian, executor de Alfred e Marísia, os pais de Suzane von Richthofen. O crime que chocou o país em 2002 e completou 19 anos, nesse domingo (31). Daniel era instrutor de aeromodelismo de Andreas, irmão de Suzane, que tinha 15 anos na época do crime.
Em entrevista a Gugu Liberato, na TV Record em 2015, Suzane disse que conheceu Daniel por meio da própria mãe, que gostava do rapaz, como instrutor de Andreas. No entanto, segundo Suzane, a situação mudou quando Marísia descobriu que os dois estavam se relacionando. "Ela começou a conhecer melhor o Daniel e não queria ele como meu namorado, participando da minha vida. Disse que ele iria me levar para o buraco", lembrou Suzane. Foi com Daniel que ela afirma ter começado a usar drogas.
Em 31 de outubro daquele ano, Daniel e Cristian entraram na casa da família von Richthofen com ajuda de Suzane e espancaram os pais da jovem com bastões de ferro confeccionados pelo próprio Daniel. Marísia chegou a sobreviver ao primeiro ataque, mas foi sufocada com uma toalha molhada.
Preso desde a época do crime, Daniel progrediu para o regime aberto em 2018. Hoje em dia, ele refez a vida amorosa. Conheceu a irmã de um colega de cela e passou a namorar com a moça.
No Natal de 2014, se casou com a biomédica Alyne Bento, que é filha de uma agente penitenciária. Em uma postagem, a mulher de Daniel disse: "Eu te amo com todo o meu amor". A mulher chegou a perder dois empregos, após os patrões descobrirem do relacionamento da moça com Daniel Cravinhos. "Fui visitar o meu irmão e tive uma surpresa maravilhosa. Uma companhia mais do que agradável”, disse ela em outra ocasião. O irmão de Alyne era preso suspeito de furto.
Daniel também era considerado um preso com bom comportamento. Ele teve redução de pena por ter trabalhado no presídio. Entre outras atividades, confeccionou mesas e cadeiras para serem usadas por alunos da rede pública de ensino.
Dentro da prisão, Daniel foi acusado de envolvimento com o tráfico de anabolizantes, o que atrasou a ida do assassino dos von Richthofen para o regime aberto.
Irmão mais velho de Daniel, Cristian Cravinhos também foi preso pelo crime contra os von Richthofen. Ele estava em liberdade desde 2017, mas voltou para a prisão em 2018, após se envolver em confusão e por suspeita de agredir uma mulher. Ele também foi à Justiça tentar censurar a série de TV "Investigação Criminal". A Justiça negou o pedido de "direito ao esquecimento" impetrado pelo rapaz.
Além de Suzane, o engenheiro Manfred e a psiquiatra Marísia deixaram um outro filho: Andreas Albert von Richthofen, que na época do crime tinha 15 anos.
Na noite do crime, Andreas foi levado por Daniel e Suzane para um cybercafé em Campo Belo, um bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. Enquanto estava no local, sua irmã, com ajuda do namorado e do cunhado, colocaram em prática o perverso crime.
Daniel e Cristian Cravinhos alegaram que tamparam os rostos das vítimas para evitar que Andreas visse a cena.
Após o crime, o Daniel e Suzane deixaram Cristian próximo à casa da avó, onde ele morava, e seguiram para um motel, onde passaram algumas horas no local e, na volta, pegaram Andreas no cybercafé.
De volta para casa, Suzane e Andreas perceberam que a porta de casa estava aberta e o imóvel revirado, mas não subiram ao quarto dos pais. Suzane acionou a polícia, após ligar para Daniel. O policial militar que atendeu a ocorrência só informou sobre a morte do casal quando o namorado da jovem chegou. Foi ele, inclusive, quem contou a Andreas sobre o crime.
Após o crime, Andreas Albert von Richthofen passou a viver com a avó, Lourdes Maganani Abdalla, e o tio, o ginecologista Miguel Abdalla Neto, e passou a viver protegido contra o assédio da população em geral e da mídia.
Em 2005, o jovem foi aprovado no vestibular de Farmácia e Bioquímica da USP, em terceiro lugar, além de outras quatro faculdades, entre elas Medicina na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Andreas só falou publicamente sobre o assassinato dos pais em 2015, quando entregou uma carta a um repórter da Rádio Estadão. Na carta, ele disse apenas que compartilhava a raiva e a indignação contra os “três assassinos”.
É em nome do excelente trabalho do qual o Sr. participou, ao condenar a minha irmã Suzane Louise von Richthofen e aos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, e também de toda sua história na justiça brasileira que me sinto compelido a abordá-lo.
Escrevo-lhe esta mensagem por vias igualmente públicas às quais o Sr. se vale para comentar o caso da minha família. Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento. Encare da perspectiva existencialista. No entanto observo que o Sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes. Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal. Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen.
O desejo de Andreas, na época, era sair do país e mudar de sobrenome, para que finalmente pudesse fugir dos olhares culpabilizadores. A vontade, contudo, nunca foi concretizada, e o único herdeiro da família Richthofen precisa desde então lidar com a tristeza, o luto, e o crime em sua história.
Em 2017, quando tinha 29 anos, Andreas Albert von Richthofen, foi detido após invadir algumas casas em São Paulo. Ao ser abordado pela polícia, dizia frases desconexas, não foi violento, parecia assustado, mas não revelou sua identidade. Ele só foi reconhecido como o irmão de Suzane no Hospital Municipal do Campo Limpo, para o qual foi levado.
Usuário de álcool e maconha, ele foi levado para uma clínica especializada na especializada na recuperação de usuários de drogas e conveniada com o SUS.
Em junho deste ano, a Justiça de São Paulo determinou a penhora de um imóvel pertencente a Andreas Von Richthofen, que foi recebido de herança dos pais. O imóvel penhorado tem valor venal de R$ 676 mil contando o terreno, e de R$ 977 mil somando a construção do imóvel.
Andreas recebeu a casa, construída em 1985, no Ibirapuera, em maio de 2008, da partilha dos bens deixados por Manfred Albert Von Richthofen e Marísia Von Richthofen.
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