CONFLITO

GUERRA RÚSSIA E UCRÂNIA: 'Parece um pesadelo', diz brasileiro que mora em Kiev sobre invasão russa

Após dias de escalada de tensão e ameaças, a Rússia atacou a Ucrânia nas primeiras horas desta quinta-feira (24)

Marcelo Aprígio
Marcelo Aprígio
Publicado em 24/02/2022 às 8:34 | Atualizado em 24/02/2022 às 10:24
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ARIS MESSINIS / AFP
Bombeiros trabalham em um incêndio em um prédio após bombardeios no leste da Ucrânia - FOTO: ARIS MESSINIS / AFP

Após dias de escalada de tensão e ameaças, a Rússia invadiu a Ucrânia nas primeiras horas desta quinta-feira (24). Clique aqui e acompanhe a repercussão dos conflitos.

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Pouco depois de Putin ter autorizado, em pronunciamento pela TV, uma operação militar nas regiões separatistas do leste da Ucrânia, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades do país.

Até agora, segundo a Ucrânia, pelo menos 50 pessoas morreram no conflito envolvendo a Rússia.

Segundo o estudante brasileiro Rony de Moura, que mora em Kiev, capital ucraniana, tudo é assustador e parece um pesadelo.

"Se vê no semblante das pessoas um ar de preocupação, que tinha desaparecido. Agora, isso é muito claro e um assustador, na realidade", disse ele em entrevista à GloboNews.

"Não acreditávamos que haveria essa escalada. Inclusive, parece ser surreal o que está acontecendo. Parece um pesadelo", completou.

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Por que Rússia e Ucrânia estão em guerra?

A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24). A imprensa internacional relata que tropas russas se deslocam com velocidade por várias regiões do pequeno país.

Moradores escutam e filmam explosões em várias cidades, inclusive na capital ucraniana Kiev. As forças militares da Ucrânia resistem e informaram que mataram pelo menos 50 soldados russos.

Mas, afinal de contas, o que motiva essa guerra? Entenda:

“É uma questão basicamente de geopolítica, mexendo com o tabuleiro de xadrez da política internacional. É como se fosse um triângulo com três vértices: de um lado a Rússia, do outro lado os Estados Unidos e o terceiro vértice seria a Europa propriamente dita. E, no meio de toda esta confusão, está um país relativamente pequeno, que é a Ucrânia”, resume o professor aposentado de História Contemporânea Antônio Barbosa, da Universidade de Brasília (UnB).

Ele aponta que as movimentações de Vladimir Putin, presidente russo, têm a ver com o propósito de mostrar para o mundo que o país “continua no jogo das grandes potências”.

 

Barbosa lembra que, com o fim da União Soviética, em 1991, nos anos que se seguiram, o poder mundial aparente estava concentrado nas mãos dos Estados Unidos.

“Putin está conseguindo mostrar que, apesar de a União Soviética não existir mais, de ter perdido o controle sobre os países do Leste Europeu, a Rússia continua sendo uma grande potência, inclusive mantendo intacto o seu arsenal nuclear”, analisa.

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