A guerra na Ucrânia, motivada pelo ataque da Rússia, não impacta apenas o cotidiano do povo europeu, mas, sim, de todo o mundo. No Brasil, economistas calculam que o valor da gasolina e do pão, além de outros produtos agrícolas, devem subir. As informações são do portal Metrópoles.
Logo no primeiro dia de guerra, na quinta-feira (24), o mercado mundial registrou alta no valor da comercialização do trigo (componente fundamental para a produção do pão) e do petróleo (composto da gasolina).
“A Ucrânia e a Rússia são grandes produtores de trigo, então, naturalmente, vamos ter um aumento do valor do pão e da massa”, explicou o doutor em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP), Renato Ribeiro de Almeida, em entrevista ao Metrópoles.
No caso da gasolina, o esperado aumento no valor do combustível nas bombas se deve à política de preços da Petrobrás que, desde 2017, acompanha os preços do mercado internacional.
"A Rússia é um grande produtor de petróleo e gás natural e, com a política de preços da Petrobras, que acompanha o valor internacional, vai pressionar ainda mais o valor dos combustíveis no Brasil, além de todo processo produtivo”, disse Renato.
Na manhã de quinta-feita o barril de petróleo do tipo Brent, chegou a ser comercializado por US$ 105 (dólares) - o maior valor desde 2014. A expectativa é que este valor deve chegar a US$ 120 até o final deste mês de fevereiro.
Outro ponto de preocupação para a economia brasileira é com relação ao setor da agricultura. É que a região onde acontece a guerra é a maior fornecedora de fertilizantes químicos para o Brasil.
“O Brasil importa daquela região, não só da Rússia, mas também da própria Ucrânia e da Bielorrússia, muito fertilizante, que é muito importante para a recomposição de terra e o aumento de produção no Brasil. Então, se as sanções econômicas adotadas pelos Estados Unidos e pela Europa afetarem, por exemplo, as transações bancárias, os mecanismos de financiamento e de pagamento operacional contra a Rússia, isso pode dificultar a importação daquela região e afetar o abastecimento brasileiro, mesmo o Brasil tendo outras fontes”, afirmou ao Metrópoles o estrategista-chefe do banco Ourinvest e ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, Welber Barral.
Segundo a reportagem, somente em 2021, o Brasil comprou US$ 4,1 bilhões em produtos da Rússia. Do montante, 62% são adubos ou fertilizantes. Hoje em dia, o país comandado por Vladimir Putin é o 6º país que mais vende ao nosso país, no mercado mundial.
“O que isso pode implicar para o Brasil é a dificuldade de encontrar imediatamente fertilizantes, ou até uma postergação de exportações ou de preços mais altos”, diz Welber.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, confirmou estar preocupada com a situação e analisando estratégias para superar o problema. O Brasil não importa só desse país. É um importador de fertilizantes de vários países. Temos outras alternativas para substituir, se tivermos problemas”, disse.
Essa resposta ainda depende de vários fatores. Com relação ao aumento no valor da gasolina, pelo histórico da Petrobrás, provavelmente, o valor só deve subir quando os valores praticados internacionalmente também subirem.
Com relação ao valor do pão, vai depender dos estoques já adquiridos pelos produtores nacionais e o momento em que necessitarem comprar mais trigo. O mesmo vale para a produção agrícola.
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