Genivaldo de Jesus dos Santos é o nome da vítima de uma das violências policiais mais brutais já flagradas no Brasil. Ele foi morto essa semana por dois agentes da Polícia Rodoviária Federal, asfixiado, dentro do camburão de uma viatura da corporação.
Genivaldo tinha 38 anos e era casado com Maria Fabiana dos Santos há 17 anos. Juntos, os dois tinham um filho. Depois da morte do marido, Fabiana afirmou que os policiais agiram "para matar" e com "crueldade". Ela também disse não saber o que dizer ao filho que acaba de ficar órfão de um pai inocente.
De acordo com os familiares, Genivaldo era querido por todos. Ela tinha esquizofrenia e tomava remédio controlado há cerca de 20 anos. Os remédios psiquiátricos, inclusive, foram encontrados pelos PRFs no bolso da vítima, antes de cometerem o assassinato.
O crime aconteceu por volta do meio-dia da quarta-feira (27). Genivaldo pilotava uma motocicleta sem capacete.
Os PRFs mandaram ele parar e a vítima atendeu ao pedido. Desceu da motocicleta, colocou o veículo no tripé e obedeceu todas as ordens dos policiais.
Imagens gravadas por testemunhas mostram que, a todo tempo, a vítima contribuiu com a abordagem, calmamente. Mesmo assim, os policiais gritavam o tempo todo, chamando palavrões, inclusive.
Após alguns instantes, Genivaldo se incomoda com a abordagem violenta e tenta se desvencilhar dos agentes. Ele é contido por dois, que o derrubam no chão.
Logo depois, os PRFs levam Genivaldo para o camburão de uma viatura. O homem fica com as pernas para o lado de fora e tem os membros inferiores pressionados pela porta.
Num ato que está sendo denunciado como de tortura, os policiais introduzem gás que provoca grande quantidade de fumaça. Do lado de fora, pessoas gritaram alertando que Genivaldo poderia morrer. Os gritos da vítima são ouvidos por alguns segundos e a fumaça toma conta do veículo, que estava com as janelas fechadas.
Ao abrirem a porta do camburão, Genivaldo não se mexe mais. Ele tem as pernas jogadas para dentro do veículo. Os policiais entram no carro e vão embora.
A PRF informou que levou o homem ao hospital, mas era tarde demais. Em nota, a PRF disse que investiga o caso.
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