METEOROLOGIA

Vem mais água por aí: Apac diz que Grande Recife terá junho de chuvas maiores que média histórica

Com a previsão, a Apac trouxe a público também uma preocupação sobre a concentração das chuvas

Marcelo Aprígio
Marcelo Aprígio
Publicado em 02/06/2022 às 12:44 | Atualizado em 07/06/2022 às 9:35
Elton Ponce/NE10
Segundo a Apac, as fortes chuvas são consequência do aumento de temperatura do mar - FOTO: Elton Ponce/NE10

Após as fortes chuvas que atingiram o Grande Recife e a Zona da Mata de Pernambuco na última semana, a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) fez uma previsão preocupante para junho de 2022.

Segundo o órgão metereológico, no mês em que se inicia oficialmente começa o inverno no Hemisfério Sul, o acumulado de chuvas deve ultrapassar a média histórica para o mês, de 337,6 milímetros, no Recife e cidades vizinhas.

Na última sexta-feira (03), o Grande Recife amanheceu embaixo de um temporal que assustou a população. A previsão do tempo é de mais chuva para a região ao longo do dia e no fim de semana.

Já nesta terça-feira, 07 de junho, mais uma morte foi registrada. Um adolescente de 13 anos morreu após ser soterrado por uma barreira no Alto Santa Terezinha, Zona Norte do Recife.

Com isso, subiu para 129 o número de mortos pela tragédia em decorrência das chuvas em Pernambuco.

 

Neste fim de semana dos dias 04 e 05 de abril, por exemplo, o Inmet emitiu alerta para alguns estados do Nordeste.

De acordo com a meteorologista Zilurdes Lopes, as fortes chuvas são consequência do aumento de temperatura do mar.

"Quando o mar está mais aquecido, temos muito mais umidade na atmosfera, que volta em forma de chuva para a superfície", pontuou.

PREVISÃO E PREOCUPAÇÃO

Com a previsão, a Apac traz a público também uma preocupação: não é possível afirmar, por ora, se as chuvas serão espaçadas durante o mês ou se cairão de uma vez.

"O que não sabemos ainda é se essa chuva vai ser distribuída ao longo de junho ou se vai ser mais concentrada, como aconteceu maio, quando praticamente não choveu nos 20 primeiros dias. Temos que ir acompanhando diariamente para ver se vai ser ao longo do mês ou mais concentrada", disse Zilurdes.

Vale lembrar que em maio, o Estado registrou o maior desastre natural em quantidade de vítimas da sua história, com 123 mortes até o momento em decorrência das chuvas.

CHUVAS FORTES

Desde abril, a Apac já havia alertado que choveria mais que o normal em maio, junho, julho e agosto, quando as médias histórias de precipitação são de 291mm, 337,6mm, 314mm e 176,9mm, respectivamente.

"No litoral, o período de mais chuva é de abril a julho. Assim, maio já faz parte do período chuvoso da região; mas junho e julho são os meses mais chuvosos, climatologicamente falando", contou a especialista.

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