ANDREAS RICHTHOFEN

ANDREAS RICHTHOFEN ESCREVEU CARTA SOBRE IRMÃ: LEIA O QUE ANDREAS RICHTHOFEN DIZ SOBRE CRIME CONTRA OS PAIS

Em 21 anos de crime, Andreas von Richthofen só falou uma vez sobre o crime para a imprensa; veja também o que rapaz disse no julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos e como ele vive hoje em dia

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Gabriel dos Santos

Publicado em 27/10/2023 às 12:32
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Após o assassinato dos pais, o irmão de Suzane von Richthofen, Andreas Richthofen, decidiu viver uma vida bastante discreta. Ele nunca deu entrevistas, mas, escreveu uma carta e entregou a um reportagem da Rádio Estadão. Leia:

CARTA DE ANDREAS RICHTHOFEN

"É em nome do excelente trabalho do qual o Sr. participou, ao condenar a minha irmã Suzane Louise von Richthofen e aos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, e também de toda sua história na justiça brasileira que me sinto compelido a abordá-lo.

Escrevo-lhe esta mensagem por vias igualmente públicas às quais o Sr. se vale para comentar o caso da minha família. Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento.

Encare da perspectiva existencialista. No entanto observo que o Sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes.

Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal.

Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen."

  • O texto escrito por Andreas Richthofen foi entregue ao repórter em 2015.

COMO ESTÁ ANDREAS RICHTHOFEN HOJE?

Hoje, Andreas Albert von Richthofen tem 36 anos de idade e é formado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP). Depois, ingressou no doutorado em Química na mesma universidade.

Andreas Richthofen demonstrou ser muito estudioso e inteligente. Além da USP, ele também foi aprovado em 2005, 4 anos após a morte dos pais, em Medicina na Universidade Federal de São Paulo, além de outras faculdades.

 

ANDREAS VON RICHTHOFEN TEVE PROBLEMA COM AS DROGAS

Em 2017, Andreas Richthofen acabou sendo detido após invadir uma casa em São Paulo. Ele estava sob efeito de drogas, mas, diferente do que muitos dizem, ele nunca foi visto na Cracolândia. 

No julgamento, Andreas Richthofen falou sobre Suzane

Em 18 de julho de 2006, nenhum depoimento na Justiça brasileira chamou tanta atenção quanto o de um jovem loiro com visual de roqueiro, colhido no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.

Naquele momento, todas a atenção se voltava para Andreas von Richthofen, que, quatro anos antes, viu a vida mudar, após a irmã, Suzane, arquitetar a morte dos pais dele, Manfred e Marísia.

Dezenove anos depois do crime brutal, o caso volta à tona com os lançamentos dos filmes "A menina que matou os pais" e "O menino que matou meus pais". No julgamento que definiu a condenação de Suzane a 39 anos de prisão, Andreas foi responsável por desmentir a própria irmã.

De acordo com reportagem da Folha de São Paulo do dia seguinte ao depoimento de Andreas, o jovem, que estudava na Universidade de São Paulo (USP), usava "barba por fazer, cabelos longos, trajando calça cargo, blusa de lã e tênis".

Bonito, segundo o promotor de Justiça Nadir de Campos Júnior, "as moças da plateia" estavam comentando a aparência dele. A fala era uma tentativa de deixar o rapaz mais a vontade, segundo a reportagem. Logo, a maior vítima de todo o crime começou a falar e não poupou a irmã.

Andreas, que pediu para prestar depoimento sem a presença de Suzane, Daniel e Cristian Cravinhos, deixou claro que não acreditava no arrependimento de Suzane e que não a perdoava.

Ele também afastou a hipótese de acreditar que ela abriria mão da herança dos pais. Andreas chegou a rir quando o advogado de defesa de Suzane disse que a jovem assinaria um documento desistindo da parte dela na fortuna deixada pelo engenheiro e pela médica.

Segundo Andreas, que na época do crime tinha 16 anos, foi Daniel - seu ex-instrutor de aeromodelismo - quem o iniciou no consumo de maconha. Ele também narrou que era muito ligado à irmã, antes da morte dos pais.

Herança da família von Richthofen

Boa parte do depoimento de Andreas, que no total durou 3 horas, foi sobre a fortuna da família. Ele classificou como "palhaçada" o pedido de Suzane que, de dentro da cadeia, ordenou uma contagem geral dos produtos que haviam na mansão dos von Richthofen.

"Talheres, louças, sofás, camas" foram contados a pedido da moça. Ele também alertou que a irmã tinha manobras para evitar que ele recebesse o dinheiro do seguro de vida feito pelo pai para os filhos. 

Suzane von Richthofen mentiu

Andreas desmentiu a irmã em pelo menos um grande ponto crucial: o uso de drogas. No depoimento, o jovem disse que Suzane não parecia drogada na noite do crime.

Ele esteve com ela antes dos homicídios (quando Suzane o levou até uma lan house para tirá-lo de casa) e depois, quando a imã foi buscá-lo no estabelecimento e voltaram para casa. Ao contrário disso, Suzane disse que estava sob efeito de entorpecentes no momento do crime.

Andréas Albert von Richthofen tinha 15 anos na época em que os pais foram assassinados
Andréas Albert von Richthofen tinha 16 anos na época em que os pais foram assassinados
Reprodução/ Internet

Também de acordo com Andreas, diferente do que os acusados queriam fazer crer, Manfred jamais foi um pai agressivo nem com eles nem com a esposa, Marísia.

O irmão de Suzane disse que a loira também o chantageava emocionalmente. Disse que chegou a visitar a irmã várias vezes no presídio, que a questionava do motivo do crime, mas que ela chorava e não falava sobre o assunto.

"Um dia, eu fui encontrar minha irmã na penitenciária e ela me obrigou a escrever esse bilhete", disse em referência de uma mensagem dele para ela em 22 de julho de 2003.

O bilhete dizia: "Querida Su! Estou morrendo de saudade. Você sabe que não tenho vindo te ver porque meu tio me proibiu de vir te ver. Você sabe que sou contra isso. Também sou contra o processo de exclusão de herança. Continuo do seu lado. Um beijo".

Segundo Andreas, "Foi outra chantagem emocional. Ela disse que, se não tivesse direito à herança, não poderia pagar advogados. Que ficaria abandonada e não teria quem a defendesse". Com o tempo, "a ficha começou a cair aos poucos, e não quis mais contato", depôs o rapaz.

A última aparição de Andreas foi em 2017, quando foi flagrado sob efeitos de entorpecentes, tentando pular o muro de uma residência em São Paulo.

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