No último dia do encontro dos líderes das maiores economias do mundo, o presidente Bolsonaro comemorou o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Assinado durante a madrugada no horário japonês, o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul foi celebrado pelos dois lados antes do início do segundo dia de encontros do G20.
Desde o século passado, Mercosul e União Europeia negociam um acordo de livre comércio, na maior parte do tempo com mais retrocessos do que avanços. De início, havia mais disposição do lado sul-americano para levar adiante a integração com a UE.
Subsidiados pela política agrícola comum (PAC), produtores europeus, respaldados sobretudo pela França, apresentaram entraves a qualquer acordo como explica o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Armando Monteiro Neto (PTB), que esteve à frente das negociações durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O ex-ministro ressaltou que o acordo é resultado de um esforço de governos anteriores e lembrou que o governo do presidente Jair Bolsonaro era hostil ao Mercosul.
“Eu quero fazer justiça ao governo Temer. O ministro Marcos Pereira, que me sucedeu, ele deu continuidade a esses esforços. Do mesmo modo, o ministro Serra deu continuidade aos esforços e, à época, o ministro Mauro Vieira promovia. Da presidente Dilma, eu quero fazer uma justiça. Ela sempre nos apoiou nesse trabalho de retomada das negociações. Ela acompanhou de perto. Então eu acho que é preciso reconhecer que um processo como esse complexo não foi construção de um governo apenas. O governo Bolsonaro manifestava muito preconceito com o Mercosul e, em boa hora, ao que parece, setores do governo reviram essa posição, porque o Mercosul é um ativo que nós temos.”
Armando Monteiro falou ainda sobre o período para implantação do acordo.
“A implementação demora porque esse tratado tem que ser aprovado em todos os parlamentos. Depois do processo técnico, por exemplo, das traduções todas. É um acordo que envolve muitos temas e muitos produtos. Não é só tarifa de bens, é um acordo que envolve serviços, investimentos, compras governamentais, propriedade intelectual, questões regulatórias, mas, sem dúvida nenhuma abre uma perspectiva muito importante pro Mercosul, quebrando, por assim dizer, o isolamento desse bloco e permitindo, por exemplo, que o Brasil se integre a um bloco econômico que tem grande pressão. Esse acordo exige que o Brasil acelere o passo na direção das reformas, para termos efetivamente uma indústria de setores mais competitivos que possam ser expostos à concorrência.”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste domingo, esperar que o parlamento brasileiro seja o primeiro a aprovar o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
O acordo depende de aval dos parlamentos dos países membros dos dois blocos.
Segundo especialistas, o processo de aprovação e ratificação do acordo deve levar de dois a cinco anos. Após as aprovações e ratificações, a redução de tarifas entre os blocos entra em vigor, de forma gradativa, ao longo de dez anos.
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