Um adolescente de de 17 anos foi morto com um tiro na cabeça, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, terça-feira (4), e a família denuncia que o tiro foi efetuado por um policial militar. Por conta do crime, moradores da localidade onde o caso aconteceu realizam um protesto, na BR-101, nesta quinta-feira (6), para cobrar justiça.
Durante as manifestações dois jovens foram detidos por policiais militares. A informação é que isso teria ocorrido devido aos jovens estarem filmando o protesto. Segundo informações, o momento foi tenso, pois os policiais foram violentos na hora de deter os jovens.
Os manifestantes foram levados pela polícia para algum lugar não informado, o que preocupou as pessoas que permaneceram no ato.
De acordo com familiares, Johnny Lucindo Ferreira era soldador e voltava da oficina do avô, local onde trabalhava, quando foi assassinado. Ele teria encontrado um amigo que estava numa moto e pegou uma carona. Na Rua 7 de setembro, em Prazeres, os dois foram abordados por policiais militares.
Uma mulher, que não quis ser identificada, conta que a polícia atirou nas vítimas antes mesmo de pedir para que parassema moto. “Chegaram atirando, nem mandaram eles pararem. Se eles só queriam parar eles, por que não atiraram no pneu da moto ou na perna? Eles deram um tiro na cabeça dele”, relatou a testemunha.
Ainda de acordo com a testemunha, Johnny foi socorrido pelos próprios policiais para unidade de saúde mais próxima, mas não resistiu. O amigo da vítima que pilotava a moto foi levado para o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Um parente do rapaz, que preferiu não se identificar, garantiu que ele também voltava do trabalho.
“Ele tinha ido almoçar. Eles [ele e a vítima] são amigos, moram próximos desde menino, e nunca soube nada de errado dele [vítima].”
Os moradores da comunidade onde o jovem foi morto revelam que as câmeras instaladas nessa área foram arrancadas para dificultar as investigações. Eles acreditam que a ação foi feita a pedido dos policiais envolvidos no crime.
A moto onde os dois jovens estavam foi apreendida. O polícia apontado como o autor do disparo que matou o adolescente esteve no DHPP para prestar esclarecimentos. Nem ele, o colega e o advogado quiseram gravar entrevista. Eles entregaram ao delegado uma arma falsa. Segundo o policial, o objeto estava com a vítima e que foi apreendido durante a abordagem.
O advogado do rapaz que pilotava a moto, Osias Ferreira, contou que durante a abordagem policial, o jovem ficou parado e obedeceu a ordem da polícia.
“Ele prontamente parou a moto, colocou descanso, colocou as mãos na cabeça esperando a ação da polícia. Infelizmente, o menor não sabe explicar o motivo, mas correu sem dizer nada. Houve ação policial contra esse menor”, disse.
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