PROTEÇÃO

Pernambuco registrou 681 estupros de crianças e adolescentes nos primeiros 6 meses de 2020

Caso de menina de 10 anos que engravidou após estupro reacende alerta para o problema

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 21/08/2020 às 14:35
Foto: Divulgação
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Nos seis primeiros meses de 2020, foram registrados 1.047 estupros em Pernambuco. Desde total, 681 foram contra menores de idade - 325 contra crianças entre 0 e 11 anos e 356 contra adolescentes entre 12 a 17 anos. Os dados alarmantes são da Secretaria de Defesa Social. A coragem das famílias em denunciar auxilia a polícia a combater e, muitas vezes, coibir esse tipo de crime.

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Os recentes casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes acendem ainda mais o alerta nos profissionais de segurança e de saúde. A assistente social valquíria pereira trabalha no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam). Ela é coordenadora do Pró-Marias, um grupo multidisciplinar de apoio a vítimas de estupro. Segundo ela, a forma como as vítimas são recebidas nas unidades de saúde é determinante para que elas se deixem ajudar. “Se ela não for acolhida ela pode voltar [para casa] e se ela volta ela pode não ter uma outra oportunidade de chegar ao serviço e ser ajudada”, disse.

Sinais de violência sexual

A médica ginecologista Luiza Menezes também trabalha no Cisam. Ela explica que detalhes importantes devem ser observados por quem cuida de crianças, principalmente mudanças físicas. “Observar equimoses, feridas, arranhões, principalmente nas genitálias porque crianças numa situação de violência sexual apresentam traumas, lesões genitais”, alertou.

Mas e quando não é possível identificar marcas físicas na criança? A mudança de comportamento pode ser um fator determinante para família poder ajudar o quanto antes como explica a psicóloga Carla Maciel. “Os pesadelos, agressividade, comportamento sexual inapropriado para a idade, uma mudança de comportamento brusca são fatores de atenção para a família”, contou.