O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe-PE), José Ricardo Diniz, disse ter ficado sem palavras ao receber a notícia de que o Governo de Pernambuco prorrogou, mais uma vez, a suspensão das aulas presenciais no ensino básico. O anúncio foi feito por meio de uma nota curta, nesta segunda-feira (14).
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“A nota lacônica que o Governo do Estado soltou para os meios de comunicação pode trazer leituras bem claras. Primeiro, que educação não é prioridade. Isso está sacramentado. O discurso oficial está na contramão dessa realidade. Segundo ponto, o único local em que não ocorreriam os descalabros que estão acontecendo nos feriados, fins de semana, no dia a dia, em todas as outras atividades, nada disso, eu afirmo, aconteceria no espaço escolar”, criticou.
Na nota, o governo justifica que a suspensão foi mantida após avaliação em reunião do Gabinete de Enfrentamento à covid-19, que monitora a situação da doença no Estado. “Esse argumento só vale para a escola, não vale para todas as atividades? As atividades estão de uma maneira descontrolada, a olho nu”, disse, em referência às cenas de desrespeito às medidas sanitárias em atividades já liberadas, como praias e feiras.
Segundo o professor José Ricardo Diniz, ainda nesta segunda-feira, será realizada uma reunião com os 12 componentes do comitê de crise da pandemia do sindicato e nesta terça-feira (15) será realizada uma assembleia geral.
Educação relegada
Bastante insatisfeito com a resposta do governo, ele fala em questões políticas na tomada de decisão. “Tem questão política, sim (...) O que eu observo é a educação sendo relegada a um segundo plano”, disparou o professor. “As escolas públicas não estão prontas para o retorno. Parte das privadas não estão, mas estão se preparando para o retorno e entrariam progressivamente. As que estariam prontas entrariam já”, completou José Ricardo Diniz.