GREVE DE ÔNIBUS

Urbana-PE diz que greve de ônibus é injustificável e acredita em normalização a partir de quinta (24)

Rodoviários e empresários participam de negociação nesta quarta-feira (23) sobre greve de ônibus

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 23/12/2020 às 10:27
Acervo/ JC Imagem
FOTO: Acervo/ JC Imagem

O presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, avaliou, nesta quarta-feira (23), que o movimento da categoria está enfraquecido neste segundo dia da greve de ônibus orquestrada pelo Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco

“Em relação ao movimento paredista, todos verificam que hoje estão rodando mais ônibus do que ontem. Isso significa um enfraquecimento do movimento grevista (...) A audiência de hoje é para resolver o movimento grevista. Não tem nada a ver com aquilo que já foi resolvido. Salário, valor de tíquete e não demitir ninguém já foram resolvidos. Ela [a audiência] vai analisar essa greve, se é legal ou não”, disse. “Essa greve é totalmente injustificável. Eu acredito que a partir de meio-dia ainda perderá mais força e amanhã estará normal o transporte na Região Metropolitana do Recife”, afirmou.

Movimento político-partidário

Para Fernando Bandeira, a greve dos rodoviários é um movimento político-partidário. “Eu acho que a senhora desembargadora, dra. Dione, uma pessoa muito educada e preparada, vai convencer a categoria obreira de que esse movimento não leva a nada. Eu acho que esse movimento trabalha muito a parte político-partidária e não política-sindical. O discurso sempre é sobre a dupla função. Ele sabe que isso já foi votado no tribunal e é inconstitucional”, disparou.

Contratações

O presidente da Urbana-PE voltou a destaca que as empresas estão contratando motoristas para garantir a circulação de coletivos “Estamos contratando. Você tem que atender a decisão judicial (...) Não podemos ficar aquém de um sindicato de rodoviários. Não posso trazer mais prejuízo para o comércio, indústria e a população como um todo”, garantiu.

Segundo dia de movimento

No segundo dia de greve de ônibus na Região Metropolitana do Recife, a movimentação dos coletivos na área central da capital pernambucana é um pouco maior do que a registrada nesta terça-feira (22). No entanto, o movimento de veículos desta quarta-feira (23) ainda é pequeno, se comparado aos dias de operação normal. O Grande Recife Consórcio de Transportes informou que o sistema operava com 43% da frota de ônibus nas ruas até às 7h.

"A situação de hoje é bem diferente da de ontem, ontem nós tivemos uma frota muito reduzida em circulação. Com a determinação de que a gente colocasse 50% da frota em circulação, houve uma saída mais tranquila das garagens. Nós não conseguimos chegar aos 50%, mas estamos na ordem de 43% até as 7h, e a gente acredita que essa situação se normalize ao decorrer do dia", explicou em entrevista à reportagem do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) o diretor de operações do Grande Recife Consórcio, André Melibeu.

Nesta terça, a Justiça do Trabalho expediu uma liminar determinando que os rodoviários garantam, no mínimo, 50% da frota circulando nos horários de pico do dia - das 5h às 9h e das 16h às 20h. Nos demais horários, quando a demanda é menor, deve ser garantido 30% da frota.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) pleiteava 70% e 50% da frota no horário de pico e nos demais horários, respectivamente. O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT 6ª) atendeu parcialmente ao pedido.

Apesar da aparente melhora na circulação dos ônibus no Grande Recife, diversos terminais integrados da cidade registram longa espera e aglomerações de pessoas dentro e fora dos coletivos. Nos terminais da Macaxeira, na Zona Norte da cidade, do Barro, na Zona Oeste, e de Joana Bezerra, área central da capital, por exemplo, os passageiros enfrentam filas enormes para embarcar.

Bruno Campos/ JC Imagem
Filas longas e poucos ônibus no Terminal Integrado de Joana Bezerra - FOTO:Bruno Campos/ JC Imagem
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Reivindicações dos rodoviários

Os rodoviários cobram o fim da dupla função para motoristas, que passaram a acumular a função que era exercida pelos cobradores. A categoria também cobram o pagamento de reajuste retroativo de salários, repasse de vales de alimentação e garantia de emprego de seis meses.