Os responsáveis pelos disparos de balas de borracha que atingiram Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, e Jonas Correia de França, de 29 anos, no último sábado (29), ainda estão sendo identificados, segundo o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Em entrevista à TV Globo, na tarde desta quarta-feira (2), o governador afirmou não concordar com a atuação violenta demonstrada pela Polícia Militar durante manifestação no centro do Recife.
''Uma polícia que joga bala no rosto das pessoas, que impede socorro, essa polícia não pode atuar'', comentou o governador.
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Paulo Câmara disse que pediu celeridade para que as respostas sejam dadas à sociedade o quanto antes, principalmente, quem deu a ordem para aquele tipo de atuação, com uso de balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogênio.
Até o momento, sete policiais já foram afastados das funções operativas enquanto ocorrem as investigações. Os três
oficiais e os 4 praças envolvidos na ação violenta para, supostamente, dispersar manifestantes que participavam de protesto no Recife, não tiveram os nomes revelados.
Além disso, o governo promoveu mudança no comando da Polícia Militar. O coronel Vanildo Maranhão pediu exoneração do cargo três dias após a ação violenta. Ele foi substituído pelo coronel José Roberto Santana, que ocupava o cargo de diretor de Planejamento Operacional da PM.
No último sábado (29), manifestantes ocuparam as ruas do Recife para protestar contra o governo Bolsonaro. A manifestação ocorria de forma pacífica, mas policiais militares do Batalhão de Choque usaram spray de pimenta e balas de borracha para dispersar a multidão.
O adesivador Daniel Campelo da Silva, 51 anos, e o arrumador Jonas Correia de França, 29, foram atingidos no rosto por balas de borracha disparadas por policiais militares. Ambos tiveram lesões permanentes. Daniel, no olho esquerdo, e Jonas, no olho direito. Os dois seguem internados no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central da capital pernambucana.
Tanto Daniel Campelo quanto Jonas Correia não participavam do ato, mas foram atingidos quando passavam pelo Centro do Recife.
Além deles, outras pessoas também ficaram feridas no ato, foi o caso da vereadora Liane Cirne Lins (PT). De dentro da viatura, policiais dispararam spray de pimenta no rosto da vereadora, que, sob o efeito do gás, caiu no chão após a agressão. Ela prestou uma queixa crime contra os policiais.
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