Desde esta quarta-feira (1º), os brasileiros estão sentindo no bolso os impactos do aumento do preço da energia elétrica causado pela escassez de chuvas nas usinas hidrelétricas. Com a criação da bandeira de escassez hídrica, o consumidor passará a pagar R$ 14,20 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A cobrança extra será feita até 30 de abril de 2022 e encarecerá a conta de energia, em média, em 6,78%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A bandeira de escassez hídrica substitui a bandeira vermelha 2, em vigor desde junho e que sofreu reajuste de 52% em julho.
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Inicialmente, o patamar 2 da bandeira vermelha estava em R$ 6,24 para cada 100 kWh. Com o reajuste, o valor havia subido para R$ 9,49 em julho. Na prática, a bandeira de escassez hídrica cria outro patamar, com a cobrança de R$ 14,20. O aumento não é calculado sobre o valor total da conta de luz, mas a cada 100 kWh consumidos.
Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica e é dividida em níveis. Elas indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo.
A bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo de R$ 1,874 por 100 quilowatt-hora (kWh) consumido. A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período. A bandeira vermelha é dividida em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,971 por 100 kWh; o patamar 2 aplica a razão de R$ 9,492 por 100 kWh.
“Com as bandeiras tarifárias, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo e diminuir o valor da conta (ou, pelo menos, impedir que ele aumente)”, explica a Aneel.
A usina hidrelétrica, que gera energia a partir da força da água nos reservatórios, é a mais barata e a primeira opção do SIN. Por isso, em épocas de muita chuva e reservatórios cheios, a bandeira tarifária costuma ser a verde, porque a energia está sendo produzida em grande capacidade e em condições favoráveis
Em períodos de estiagem, quando o nível dos reservatórios diminui, é necessário captar energia de outros tipos de usina, como as termelétricas. Esse tipo de usina gera energia a partir de combustíveis fósseis, como carvão, diesel e gás. Além de ser mais poluente, é menos eficaz e mais cara. Por isso, quando as termelétricas são acionadas, o custo da geração de energia aumenta e a bandeira tarifária muda, já que as condições de produção ficam menos favoráveis.
Quem faz a avaliação das condições de geração de energia no país é o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Uma forma de tentar contornar tanto aumento é economizar energia, onde e como for possível. Mas, algumas práticas consolidadas há décadas podem não ser mais tão eficientes. O jornalista Edilson Vieira, titular da coluna Consumidor do Jornal do Commercio, ouviu Artur Costa, supervisor de eficiência energética da Neoenergia Pernambuco, (novo nome da Celpe), que revelou o que é mito e o que é verdade quando o assunto é reduzir a conta de energia. Veja abaixo:
Você deve lembrar da campanha para trocar as antigas lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes justamente pelo apelo econômico. Agora são as fluorescentes que precisar dar lugar as lâmpadas de Led. "Atualmente as lâmpadas de Led são as mais econômicas que existem. E ela economiza mais energia porque oferece a mesma luminosidade com menos potência. Em alguns casos, a eficiência chega a 50%. Uma lâmpada convencional de 15 Watts pode ser substituída por uma de Led de 8 Watts", explica Artur Costa.
Os aparelhos de 110 volts, geralmente são mais baratos, mas em termos de consumo não há diferença em relação a outros de voltagens maiores. O que importa é a potência do aparelho e a forma de uso, diz o especialista.
Uma instalação mal feita, com várias emendas nos fios, pode fazer o consumo de energia aumentar. "Não só o chuveiro mas, qualquer instalação elétrica de uma residência, de um comércio ou indústria, pode provocar uma perda de energia maior por dissipação do calor", disse Artur.
Um banho mais rápido no chuveiro quente, vai economizar tanto água como energia. Esse é o exemplo básico. Mas, ao gastar menos água, o consumidor vai precisar bombear menos água para os reservatórios e as bombas são acionadas por energia. Além disso, pensando coletivamente, a água economizada em grande quantidade vai contribuir para poupar os estoques dos reservatórios das hidrelétricas e aumentar a geração, o que pode impactar na redução do custo da energia.
Aquela grade que existe atrás da geladeira funciona como um trocador de calor. Por isso é uma área mais quente. Ao colocar uma roupa ali, a troca de calor fica prejudicada, fazendo com que o motor da geladeira tenha que trabalhar mais para resfriar o compartimento interno do refrigerador.
Evite instalar o ar condicionado em paredes onde o sol incida diretamente. Assim, evita-se uma leitura errada do termostato do aparelho que pode interpretar que todo o ambiente está aquecido e assim gerar mais frio, consumindo mais energia. Outra coisa é instalar o ar sempre na parte mais alta. Como o ar frio é mais denso, ele desce, refrigerando melhor todo o ambiente.
Mesmo que o celular não esteja sendo carregado, há um consumo mínimo ali. É a mesma situação de aparelhos em stand by. O consumo é mínimo, mas existe.
O especialista recomenda que se o intervalo for maior do que uma hora, é melhor desligar o computador e só religá-lo quando for usar. Se o intervalo for menor do que uma hora, pode-se deixar o aparelho em repouso com o monitor desligado.
Aqui cabe uma explicação mais detalhada. O Brasil abandonou a cobrança diferenciada para os consumidores residenciais, como havia antigamente. Hoje só existem valores diferenciados para o comércio e a indústria. Para o consumidor residencial é possível optar pela Bandeira Branca para obter um desconto de acordo com o horário de uso da energia. "A tarifa branca tem dois momentos mais caros e dois mais baratos De 16h30 à 17h29 e de 20h30 a 21h29 a tarifa é um pouco maior do que os horários comuns. Já de 17h30 à 20h29, que o horário de ponta, a tarifa
fica bem cara, praticamente o dobro da tarifa comum, ou seja, tem que se ter muito cuidado ao optar pela Bandeira Branca porque se não ela acaba saindo mais cara para o consumidor residencial, tornando-se inviável", aconselha Costa.
Apesar de não haver consumo maior essa prática, de ligar vários aparelhos com um "T" ou "Benjamin" na mesma tomada, é condenada pelo especialista pelo alto risco de danos elétricos, superaquecimento e até incêndios.
Para terminar, lembre-se: todo aparelho que aquece ou resfria são os maiores responsáveis pelo gasto de energia de uma residência. Use com moderação ar-condicionado, chuveiro elétrico, forno elétrico, air fry, sanduícheiras e revise as borrachas das portas da geladeira para se certificar de que não está havendo perda de refrigeração.
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