No início desta semana, um estudo publicado na revista Nature Neurosciense revelou a possibilidade de leitura de mente com a ajuda da inteligência artificial (IA) e surpreendeu o público com a capacidade da pesquisa.
Usando exames de ressonância magnética e a tecnologia da inteligência artificial, os cientistas da Universidade do Texas, em Austin (EUA), afirmaram decodificar o fluxo de palavras no cérebro.
De acordo com o Terra, nomeada de "reconstrução semântica da linguagem contínua a partir de gravações cerebrais não invasivas", a técnica não reproduz cada palavra, mas é um avanço no quesito de reconstruir um resumo do que uma pessoa ouve ou imagina.
O decodificador é um dos primeiros a não depender de implantes. Com o estudo, os pesquisadores foram capazes de transformar a fala imaginada de uma pessoa em fala real e, quando os participantes assistiram filmes mudos, o decodificador conseguiu gerar descrições semelhantes do que estava acontecendo na tela.
No estudo publicado, os pesquisadores chamaram três voluntários em um scanner fMRI (ressonância magnética) e começaram a registrar a atividade cerebral dos indivíduos enquanto cada um ouvia 16 horas de podcasts.
Analisando o fluxo sanguíneo no cérebro dos participantes do experimento, além de detalhes das histórias que eles ouviram e capacidade dos algoritmos da inteligência artificial com os modelos de linguagens (LLM), os cientistas desenvolveram um verdadeiro mapa que codifica como o cérebro de cada indivíduo responde a diferentes palavras.
Além dos podcasts, também foram introduzidos filmes sem diálogos e imaginação para contar uma história, que ajudaram a registrar diferentes atividade a partir da ressonância magnética.
Confira as frases produzidas pelo decodificador a partir de gravações cerebrais enquanto os voluntários assistiam o vídeo.
De acordo com a revista Nature, o decodificador gerava frases que captavam a essência do que a pessoa estava pensando, além de descrever o que as pessoas estavam vendo nos filmes, contudo, as sentenças ainda eram imprecisas.
Somado a isso, os cientistas de Austin afirmaram a facilidade de enganar a tecnologia. Em um teste, os voluntários ouviram uma história gravada, mas o decodificador não conseguiu determinar as palavras escutadas.
"Não estou pedindo pânico, mas o desenvolvimento de tecnologias sofisticadas e não invasivas como esta parece estar mais próximo no horizonte do que esperávamos”, diz o bioeticista Gabriel Lázaro-Muñoz, da Harvard Medical School, segundo a Nature. “Acho que é um grande alerta para os formuladores de políticas e o público.”
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