Em entrevista ao programa Passando a Limpo desta quinta-feira (24), o geógrafo e ambientalista especialista em rios e estuários, Thiago Marinho, analisou a gravidade do derramamento de óleo que atingiu o litoral do Nordeste nas últimas semanas. Segundo ele, o óleo cru que conta com compostos de hidrocarboneto podem causar danos irreversíveis à saúde humana.
“Essa contaminação, principalmente do benzeno, é invisível e química. As pessoas não conseguem ter a noção do grau de substâncias que tem nesse óleo. Os compostos de benzeno que esse material libera são altamente absorvidos pelo o corpo e organismo humano, e ele vai causar diversas patologias, inclusive como já está acontecendo, onde pessoas estão nos hospitais com náuseas, vômitos. Em um cenário de médio e longo prazo, esse óleo pode desenvolver tumores e cânceres em tecidos nobres, como o fígado”, explicou.
Ainda de acordo com Thiago, a falta de conhecimento técnico fez com que muitos voluntários estivessem em contato com o material sem o devido equipamento de proteção. “O governo demorou muito agir e entregar esse material de proteção para a população. As ONGs estão envolvidas e tiveram um trabalho importante em não deixar esse material se propagar, mas tem pessoas se contaminando severamente por conta desse trabalho. É importante que se evite o contato, retire logo esse material das praias e não permitam que esse material cheguem aos estuários, porque podem causar danos por anos”, disse.
Ele também reforçou para que as pessoas tenham uma maior atenção, principalmente com a alimentação de crustáceos. "É importante informar a população que não tomem banho nesses locais que estão em contato com o óleo, que se façam um cuidado melhor da alimentação desses crustáceos que estão sendo retirados próximos a esses locais, pois o benzeno é altamente absorvido pelo corpo e pelo organismo. Isso é um problema de saúde pública", orientou.
Thiago criticou ainda a passividade do Governo Federal e Estadual em relação ao desastre ambiental e ressaltou a necessidade de ambos decretarem estado de emergência. "Essa catástrofe do Nordeste está entrando numa lista de catástrofes mundiais como Chernobyl e Fukushima. Não entendo ainda como o Governo do Estado não decretou estado de emergência. Quando eu falo em governo, falo de uma forma geral. Falta muita ação do Governo Federal e Estadual para monitorar esse material que está chegando aqui. Isso é uma grande preocupação porque a gente tem animais filtrantes, como a ostra, o marisco, o sururu, que do jeito que vai, poderá ser tudo perdido. Não entendo a passividade dos governos em relação a isso”, concluiu.
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