O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nessa quarta-feira (9), a alta de 0,24% na inflação nos preço dos alimentos em agosto deste ano. O arroz, por exemplo, teve a valorização de 19,2% no ano. No Passando a Limpo desta quinta-feira (10), o economista e diretor técnico operacional do Centro de Abastecimento de Pernambuco (Ceasa), Paulo de Tarso, explicou o porquê dessa alta e estimou que os preços só voltem ao normal em janeiro/fevereiro de 2021.
"Estamos em dois momento distintos. Os cereais em relação ao ano passado, por exemplo, subiram 57%. Já as carnes e lacticínios, 34%. Em contrapartida, as frutas e hortaliças estão estáveis ou em queda, por causa das safras. Nesse cenário, temos a exceção apenas do limão e da laranja, em função da alta demanda durante a pandemia do novo coronavírus, já que são alimentos ligados à imunidade", explicou Paulo sobre o cenário brasileiro.
O economista também falou sobre a alta do dólar no preço final do arroz, já que ele incentiva os produtores a aumentarem as exportações. Desse modo, a oferta desses produtos no mercado interno é reduzida.
"O Brasil produz em torno 11,2 milhões de toneladas de arroz por ano e o consumo anual fica em torno de 10,8 milhões de toneladas. Ou seja, dá para suprir a demanda tranquilamente. O que aconteceu, no entanto, é que o preço deste produto vinha ,nos últimos anos, muito baixo. Isso desestimulou os produtores e fez com que eles migrassem para outros produtos, consequentemente, a oferta diminuiu. Por isso, o preço aumentou", relatou.
Outro fator, segundo Paulo, é o aumento no consumo. "Fazendo uma analogia com o Ceasa, em 2020, tivemos um aumento na demanda de 15%".
Esse crescimento pode ser justificado pelo auxílio emergencial concedido aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, que possibilitou o aumento do poder aquisitivo da população de baixa renda.
Para conter a disparada dos preços dos alimentos da cesta básica, o governo anunciou nessa quarta-feira (9), a redução a zero da alíquota do Imposto de Importação sobre o arroz em casca e beneficiado até 31 de dezembro. De acordo com Paulo de Tarso, essa medida não terá uma resposta imediata.
"A médio prazo o arroz não irá baixar. Esse valor só irá diminuir quando houver a próxima safra de grãos, que será por volta de janeiro ou fevereiro de 2021. Ou seja, essa situação só irá se normalizar completamente neste período", completou.
Listen to ENTREVISTA - PAULO DE TARSO (CEASA) - 10/09/2020 byRdio Jornal on hearthis.at
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