O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Bartolomeu Bueno repercutiu, nesta quarta-feira (14), em entrevista ao Balanço de Notícias, uma postagem feita por ele em uma rede social onde afirma que “todos os que têm o poder das armas estão se articulando para golpear o Estado Democrático e Social de Direito do Brasil e rasgar a Constituição em vigor”.
Segundo o desembargador, a avaliação se dá a partir de eventos que têm se repetido no Brasil. “Diversos setores vêm, o tempo todo, tentando solapar as instituições democráticas. O próprio presidente da República vem o tempo todo atacando o Supremo Tribunal Federal, a sua família também. Algumas pessoas no Congresso, alguns seguidores do presidente vêm atacando essas instituições, defendendo o Ato Institucional número 5 (...) Nós estamos acompanhando isso e vemos, de vez em quando, generais de pijama, no clube militar, que são usados para dar recados dos militares da ativa, dizendo que pode haver isso, aquilo”, comentou.
Nesta quinta-feira (15), o desembargador apagou a publicação.
Veja a publicação feita pelo desembargador Bartolomeu Bueno:
O desembargador alerta que é preciso reação por parte da população. “Todo dia é uma ameaça ao Estado Democrático e Social de Direito e nós, como cidadãos, que defendemos a Constituição, temos que estar preparados. Não defendo a luta armada, mas, evidentemente, se tiver um golpe eu vou tentar me defender. Não vou aos 67, 68 anos de idade ser preso, torturado e morto. Eu prefiro ser morto lutando”, afirmou.
Para o desembargador Bartolomeu Bueno, a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica) mostra que eles tinham uma posição legalista, contrária às demonstrações de golpe. “Saíram porque eram legalistas. Defendiam que as forças armadas são instituições do Estado, e não do governo. E o que vem dizendo o presidente? ‘O meu Exército não vai permitir isso’. Isso não existe. Não é postura de um presidente. Isso causa muito transtorno, medo e apreensão. Nós já vimos esse filme no passado, e não queremos vê-lo novamente”, alertou.
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