TENSÃO INTERNACIONAL

Por que está acontecendo a Guerra na Ucrânia? Entenda guerra entre Rússia e Ucrânia

Presidente russo autorizou bombardeamento na Ucrânia nesta quinta-feira

Paloma Xavier
Paloma Xavier
Publicado em 24/02/2022 às 18:34 | Atualizado em 25/02/2022 às 21:27
Notícia
ARIS MESSINIS / AFP
Fumaça preta saindo do aeroporto militar de Chuguyev, na Ucrânia - FOTO: ARIS MESSINIS / AFP

O presidente russo Vladimir Putin autorizou uma "operação militar especial" no leste da Ucrânia na manhã desta quinta-feira (horário local). A justificativa do líder da Rússia para a medida foi de que o “confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável”. O conflito, que tem se agravado, está deixando o mundo aflito.

A tensão entre os países se intensificou recentemente porque a Rússia discorda de uma eventual adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) - aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética (URSS).

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Putin afirma que a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia pela expansão na região, que está cada vez mais próxima do seu território. O presidente russo quer que a Ucrânia declare formalmente que nunca vai se filiar à aliança.

Por que está acontecendo a Guerra na Ucrânia?

A relação entre Rússia e Ucrânia começou a se desgastar depois da dissolução da União Soviética (URSS), em 1991. Os países eram antigas repúblicas que integravam o bloco.

Depois da fragmentação da URSS em várias nações, os Estados Unidos decidiram acrescentar mais países à Otan. A grande questão é que a organização tem crescido em áreas próximas à Rússia, o que acendeu um alerta em Putin.

Não é de hoje que a entrada da Ucrânia é debatida. Na verdade, ela ficou “congelada” por anos. Até que, em 2014, Petro Poroshenko assumiu o poder no país após uma revolução. O líder era mais próximo ao Ocidente, o que chamou a atenção de separatistas. Somado à anexação da Crimeia (que estava sob controle ucraniano), a relação entre o país e a Rússia ficou ainda mais delicada.

A Crimeia, uma península autônoma no sul da Ucrânia leal à Rússia, era uma região ucraniana até 2014. Em março desse ano, a Rússia anexou o território sob o pretexto de que estava defendendo seus interesses e os dos cidadãos de língua russa.

Apesar disso, a situação parecia controlada. Até a possibilidade da entrada da Ucrânia na Otan voltar a ganhar força depois da eleição do atual presidente ucraniano Volodymyr Zelenski - que é próximo dos Estados Unidos e da Europa.

Somado a isso, ainda havia a economia fragilizada pela pandemia do novo coronavírus e a política em crise. Os fatores levaram Putin a pensar em aumentar a popularidade de seu governo retomando uma área próxima da Rússia.

A movimentação acontece desde novembro do ano passado, quando os russos passaram a aumentar as tropas na região de fronteira com a Ucrânia. A justificativa, na época, era de que os soldados russos posicionados na fronteira estavam apenas fazendo exercícios militares. Percebendo o que podia estar acontecendo, o presidente dos EUA, Joe Biden, alertou para movimentos incomuns na região.

A situação que já estava delicada ficou ainda pior quando, na segunda-feira (21), Putin reconheceu como países independentes duas áreas separatistas da Ucrânia, Donetsk e Lugansk.

A atitude foi avaliada como uma violação flagrante do direito internacional, segundo a União Europeia, além de um primeiro passo para justificar uma invasão.

Ainda no mesmo dia, Putin disse que enviaria tropas “em missão de paz” para garantir a segurança das áreas separatistas. A mídia estatal divulgou que havia um “genocídio” contra a população russa nessas áreas realizado por tropas ucranianas - que foi, na verdade, desinformação.

A movimentação deixou a comunidade internacional alerta, e logo outros países começaram a adotar sanções contra a Rússia. Mas elas não foram suficientes para fazer Putin recuar. Depois de quatro meses de negociação, ele decidiu por invadir a Ucrânia.

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