CONFLITO INTERNACIONAL

GUERRA UCRÂNIA: Saiba por que erro de cálculo de Putin pode fazer Rússia intensificar ataques

Invasão russa no território ucraniano já está na segunda semana

Paloma Xavier
Paloma Xavier
Publicado em 07/03/2022 às 14:26 | Atualizado em 07/03/2022 às 14:27
Notícia
Dimitar DILKOFF / AFP
Evacuados atravessam uma ponte destruída enquanto fogem da cidade de Irpin, em Kiev - FOTO: Dimitar DILKOFF / AFP

Quando o presidente russo Vladimir Putin anunciou a invasão no território ucraniano no final de fevereiro, ele provavelmente não esperava que a reação da Ucrânia nos primeiros dias seria tão forte. A guerra ainda está nos estágios iniciais, mas pode tomar proporções mais drásticas.

Putin provavelmente esperava que Kiev, capital da Ucrânia, caísse poucos dias após a invasão. Além disso, o presidente russo possivelmente esperava que os países ocidentais aceitassem sua reivindicação do território ucraniano, que ele diz ser historicamente parte da Rússia.

Entretanto, não foi isso que aconteceu. A Ucrânia tem se mostrado forte, apesar das duras investidas russas, e os países ocidentais estão apoiando o país na batalha contra a Rússia. Até mesmo a Alemanha, que tinha acordos importantes com o governo de Putin, ficou contra o país. Consequentemente, a economia russa foi atingida fortemente.

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Como se isso não fosse suficiente para dar dor de cabeça a Putin, a China, grande aliada do seu governo, parece estar preocupada com o rumo que a guerra está tomando - e com a possibilidade do Ocidente se voltar contra ela um dia. O país vai enviar ajuda humanitária à Ucrânia e se mostrou disposto a participar de uma “mediação” de paz para acabar com a guerra.

Outro ponto que pode se desenrolar por causa das decisões de Putin é o fortalecimento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Finlândia e Suécia, que estão ajudando a Ucrânia, podem futuramente se juntar à aliança em busca de proteção.

Isso seria doloroso para a Rússia porque um dos motivos para invadir a Ucrânia foi a tentativa de impedir que o país se juntasse à Otan. Além disso, a entrada da Finlândia e Suécia na organização representa uma ameaça à Rússia, já que esses países estão na fronteira noroeste. A aliança conta com Estados que estão cercando a Rússia, e pode ampliar seus territórios.

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Alexey NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP
Presidente russo Vladimir Putin - Alexey NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP

Diante desse cenário, Putin terá que repensar seus planejamentos - principalmente as consequências dos seus cálculos errados. A questão é que o presidente russo se mostra firme e recusa a recuar quando os planos não correm como desejado. Ou seja, ele provavelmente vai revidar com mais força.

O presidente russo não tem apenas força de vontade para vencer essa guerra, mas também armamento para intensificar operações militares. Segundo a embaixadora ucraniana nos EUA, a Rússia usou bombas a vácuo em ataques contra a Ucrânia. A chamada arma termobárica suga oxigênio para gerar uma terrível explosão de alta temperatura.

E não há chances de apenas foguetes termobáricos terem sido usados, como mostrado em vídeos. Fotos também apontam que bombas de fragmentação podem ter sido usadas contra civis em Kharkiv. Esses artefatos explosivos, quando acionados, liberam uma certa quantidade de projéteis ou fragmentos menores. Dessa forma, a chuva de estilhaços afeta grande número de vítimas dentro de uma área de alcance consideravelmente ampla.



Vale lembrar que uma convenção internacional proibiu, em 2008, que essas armas fossem usadas. A Rússia não assinou o acordo, alegando que usa bombas de fragmentação de acordo com o Direito Internacional Humanitário.

Além das bombas a vácuo e de fragmentação, Putin pode recorrer a armas nucleares. O presidente russo declarou que, caso alguém considerasse interferir no conflito contra a Ucrânia, enfrentaria "consequências mais graves do que qualquer outra em sua história."

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Reprodução/Twitter/DemeryUK
Usina de Chernobyl, Ucrânia - Reprodução/Twitter/DemeryUK


Vale lembrar que as forças russas tomaram as usinas nucleares ucranianas Chernobyl e Zaporizhzhya. Apesar da probabilidade dessa investida ser o controle energético da Europa, ainda há a possibilidade de planos envolvendo ataques nucleares.

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