OITAVO DIA

Guerra: Putin garante que operação militar na Ucrânia avança 'como planejado' e promete continuar 'sem concessões'

Invasão russa inicia segunda semana no território ucraniano

AFP
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Publicado em 03/03/2022 às 15:17 | Atualizado em 03/03/2022 às 16:44
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MIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP
Presidente russo Vladimir Putin - FOTO: MIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (3) que a invasão da Ucrânia ocorre "como planejado" e afirmou que suas tropas lutam contra "neonazistas" para apoiar russos e ucranianos, que formam "um só povo".

"Quero dizer que a operação militar especial está ocorrendo dentro do cronograma, conforme planejado", disse Putin ao abrir uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, no oitavo dia desde o início da invasão da ex-república soviética.

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Putin saudou a "coragem" dos soldados russos, chamando-os de "verdadeiros heróis" e assegurando que estavam lutando "com firmeza e com plena consciência da relevância de sua causa".

"Não vou abandonar a convicção de que russos e ucranianos são um só povo", acrescentou.

O presidente russo anunciou uma compensação financeira aos soldados russos mortos ou feridos na Ucrânia, bem como para aqueles que ainda estão em combate.

A Rússia informou na quarta-feira a morte de 498 soldados russos na Ucrânia e 1.597 feridos.

Putin também elogiou sua "preciosa luta contra neonazistas" e "mercenários estrangeiros" que usam civis como "escudos humanos".

Sem concessões

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu continuar "sem concessões" sua ofensiva contra a Ucrânia nesta quinta-feira (3), apesar das negociações de cessar-fogo que estão em curso entre as partes em conflito.

"A Rússia tem a intenção de continuar, sem fazer concessões, em sua luta contra os membros de grupos nacionalistas que cometem crimes de guerra", declarou Putin, segundo um comunicado divulgado pelo Kremlin após a conversa telefônica que o presidente russo manteve com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, nesta quinta-feira.

No oitavo dia da invasão russa, representantes de Ucrânia e Rússia se reuniram pela segunda vez para negociar na fronteira entre Belarus e Polônia.

"Começamos a discutir com os representantes russos. Os pontos principais da agenda são um cessar-fogo, um armistício e os corredores humanitários para a evacuação de civis das cidades e povoados destruídos e bombardeados de forma constante", tuitou o conselheiro da presidência ucraniana, Mykhailo Podoliyak.

A primeira rodada, realizada na segunda-feira, não obteve avanços e Kiev advertiu, antes do início dos diálogos de hoje, que não aceitaria nenhum "ultimato" russo.

Putin, no entanto, disse que qualquer tentativa de retardar as conversas "apenas levaria a mais exigências para Kiev partindo de nossa posição negociadora".

Por sua vez, Macron afirmou que teme que "o pior ainda está por vir" no conflito e criticou as "mentiras" formuladas por Putin, segundo um conselheiro do Palácio do Eliseu.

A invasão, iniciada há oito dias, provocou um êxodo de refugiados e levou os países ocidentais e seus aliados a responder à invasão com uma bateria de sanções para isolar a Rússia diplomática, econômica, cultural e esportivamente.

O presidente russo pediu "o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia e a desmilitarização e 'desnazificação' do Estado ucraniano e a promessa de um status de neutralidade" como condições preliminares para a resolução do conflito.

Centenas de civis ucranianos morreram desde o início da invasão, que será investigada pelo procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra depois de repetidas acusações de Kiev de bombardeios contra áreas residenciais.

"Vamos reconstruir cada edifício, cada rua, cada cidade, e dizemos à Rússia: aprendam a palavra 'reparação'", declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em um discurso gravado em vídeo, no qual prometeu que caberá a Moscou arcar com os custos de reparação.

Zelensky também disse que as tropas ucranianas provocaram 9 mil baixas entre as forças russas desde o início da invasão, um forte contraste com os 498 mortos informados por Moscou.

Por sua vez, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou os políticos ocidentais de estarem obcecados com uma "guerra nuclear" depois que Putin anunciou ter colocado em alerta sua força de dissuasão nuclear.

Sobre o terreno, o assalto a Kiev parece paralisado neste momento. Segundo fontes do alto escalão do governo dos Estados Unidos, a imensa coluna de veículos militares que se dirigia rumo à capital está "parada" por falta de combustível e suprimentos.

Kiev diz que pelo menos 350 civis foram mortos desde o início da invasão russa.

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