Guerra Rússia e Ucrânia

Guerra entre Rússia e Ucrânia: O que podemos esperar para os próximos dias? Conflito pode virar 3ª guerra mundial? Entenda

Guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia já deixou milhares de mortos

Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos
Publicado em 03/03/2022 às 12:03 | Atualizado em 03/03/2022 às 12:16
Notícia
AFP
Guerra na Ucrânia - FOTO: AFP

O mundo acompanha preocupado os desdobramentos da Guerra na Ucrânia, iniciada há uma semana pela Rússia. Em 7 dias, o conflito - considerado o mais grave desde a Segunda Guerra Mundial - já deixou pelo menos dois mil ucranianos civis mortos, além de ter provocado a fuga de 1 milhão de pessoas. A má notícia é que não há indícios de que o conflito esteja perto de acabar. 

A decisão pela guerra cabe unicamente ao presidente russo, Vladimir Putin. Foi ele quem decidiu, por meio de uma ação autoritária e antidemocrática, pela invasão contra a Ucrânia. Desta forma, se Putin decidir que as tropas russas devem recuar, saindo da Ucrânia e voltando para a Rússia, a guerra acaba. 

>>> Quando começou a Guerra na Ucrânia e por quê? Entenda, clicando aqui. 

No entanto, Vladimir Putin tem exigências que a Ucrânia não aceita. O russo afirma que só acaba com a guerra quando houver garantia de que a Ucrânia não vai entrar na OTAN, uma aliança militar que se protege política e militarmente. Além disso, Putin quer que a Ucrânia se desmilitarize e aceite que a região da Crimeia é, de uma vez por todas, território russo. 

O governo ucraniano, por meio do presidente Volodymyr Zelensky, resiste. Os ucranianos - apoiados pela maioria dos países do Ocidente - dizem que são independentes e que têm o direito de tomar decisões, independentemente da vontade de Vladimir Putin.

E, então, o que pode fazer a Guerra na Ucrânia acabar?

Por enquanto, países do Ocidente como os Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha impõem sanções econômicas à Rússia.

Como há o temor de que o envio de tropas desses países para lutar contra o exército russo provoque um ataque de Vladimir Putin contra outros países para além da Ucrânia, a expectativa é que pressões financeiras façam os interesses de Putin ficarem insustentáveis, diante de uma crise econômica que afete a população russa. 

Em apoio à Ucrânia, países da União Europeia e os Estados Unidos decidiram, por exemplo, excluir bancos russos de um sistema de telecomunicações por meio do qual os bancos recebem e enviam dinheiro para outros países. Os céus dessas nações aliadas da Ucrânia também estão fechados para a Rússia e, por isso, nenhum avião russo pode pousar. 

As sanções já causam problemas aos russos. O rublo, moeda russa, está bastante desvalorizada. A inflação russa está alta, e empresas russas correm o risco de falir. A favor dos interesses de Vladimir Putin, no entanto, ainda há um colchão de trilhões de dólares - já que a Rússia é a 10ª nação mais rica do mundo. 

Acordo

Nesta quinta-feira (3), representantes da Rússia e da Ucrânia devem se encontrar para tentar costurar um acordo para acabar com a guerra. Embora haja esse "esforço diplomático", analistas internacionais não trabalham com a possibilidade do fim da guerra nos próximos dias.

Na semana passada, o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, disse que o Reino Unido estaria junto da Ucrânia "nos meses que estão por vir". 

Terceira Guerra Mundial?

Enquanto a guerra não tem um fim, a preocupação é com o crescimento da tensão. Em meio às notícias, muitas pessoas se perguntam se estaríamos vendo o início de uma Terceira Guerra Mundial.

Por enquanto, apesar das chocantes imagens e das cruéis mortes vistas na Ucrânia, não se deve dizer que o mundo enfrenta uma terceira grande guerra. O que está acontecendo é uma guerra localizada na Ucrânia, onde há de um lado a Rússia e, do outro, os ucranianos. 

Segundo os especialistas, a Terceira Guerra Mundial - neste momento - aconteceria se outras grandes potências bélicas, como Estados Unidos e França entrassem nos confrontos. Além da Rússia, os Estados Unidos são o país com a maior quantidade de militares e de arsenal (armas e infraestrutura) de Guerra. 

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Neste caso, com uma temerária entrada dos EUA no conflito, a Rússia poderia provocar ataques contra o próprio território americano, assim como os americanos atacariam as cidades russas - o que provocariam centenas de milhares de mortes. Por este motivo, os EUA e outros países não devem enviar tropas para a Ucrânia para lutar contra a Rússia. 

Guerra nuclear

Outra preocupação com a entrada de outros países na guerra é porque Rússia e Estados Unidos têm bombas nucleares. O uso dessas bombas, com certeza, mataria milhares de pessoas - e, a depender da quantidade, podia representar até o fim da humanidade. 

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse na quarta-feira (2), que uma Terceira Guerra Mundial, seria uma Guerra Nuclear, mas disse que a Rússia não trabalha com essa possibilidade. 

Corredor humanitário

Para os próximos dias, o que se espera é a criação de uma rota de paz dentro da Ucrânia por onde os ucranianos que não desejam ou não podem lutar na guerra pudessem deixar o país, em direção a outros países como a Polônia ou Romênia.

No Vaticano, o Papa Francisco já disse que está disponível a intermediar a criação desse corredor humanitário. Falta que a Rússia concorde com a criação desses espaços por onde nenhum tiro ou bomba possa ser disparado. 

A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que até cinco milhões de pessoas deixem a Ucrânia por causa da guerra. 

Mais pressão

Também para os próximos dias o que se espera são mais sanções econômicas contra a Rússia. A ideia do Ocidente é pressionar os russos a pararem com a guerra.

Nesta quinta-feira (3), o presidente da França, Emmanuel Macron, ligou para o presidente russo Vladimir Putin. De acordo com assessores do francês, Macron disse à Putin: "Você está mentindo para si mesmo. Isso vai custar caro ao seu país. Isso vai acabar em problemas para o seu país. Vocês vão sofrer por muito tempo". 

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