CONFLITO INTERNACIONAL

Conflito Rússia x Ucrânia: Confira as últimas notícias sobre a guerra

Invasão russa no território ucraniano está mobilizando países

Paloma Xavier
AFP
Estadão Conteúdo
Publicado em 28/02/2022 às 15:43 | Atualizado em 28/02/2022 às 15:47
Notícia
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Guerra na Ucrânia - FOTO: AFP

Ao anunciar uma invasão no território da Ucrânia na última quinta-feira (24), o presidente russo Vladimir Putin deixou o mundo alerta. O conflito está mobilizando países: alguns estão impondo sanções contra a Rússia, enquanto outros estão agindo com forças militares.

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Confira as últimas notícias sobre o conflito internacional:

Finlândia toma decisão 'histórica' de fornecer armas para guerra

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Jussi Nukari / Lehtikuva / AFP
O anúncio foi feito pela primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin - Jussi Nukari / Lehtikuva / AFP

Neutra, mas membro da União Europeia (UE), a Finlândia anunciou, nesta segunda-feira (28), sua decisão "histórica" de fornecer armas para a Ucrânia, após a invasão por parte da Rússia.

"A Finlândia fornecerá assistência militar à Ucrânia. É uma decisão histórica para a Finlândia", disse sua primeira-ministra, Sanna Marin, em entrevista coletiva.

Serão enviados 2.500 fuzis de assalto, 150 mil munições, 1.500 lançadores de granadas e 70 mil rações de campanha, detalhou o ministro da Defesa, Antti Kaikkonen.

"A mudança da linha (de defesa e política externa) da Alemanha foi particularmente significativa", disse Kaikkonen.

Ucrânia diz que negociação com Rússia termina sem acordo e que haverá nova rodada

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AFP
Bandeira da Ucrânia - AFP

Um alto conselheiro do presidente da Ucrânia informou que a primeira rodada de negociações com a Rússia sobre o fim do conflito bélico na Ucrânia foi concluída e que mais negociações podem acontecer em breve.

Nesta segunda-feira (28), Volodymyr Zelensky assinou um pedido formal de adesão de seu país à União Europeia, em uma tentativa de solidificar o vínculo da Ucrânia com o Ocidente.

O presidente ucraniano divulgou fotos de si mesmo assinando o pedido e seu escritório diz que a papelada está a caminho de Bruxelas, onde a União Europeia, que reúne 27 países, está sediada.

Brasileiros na Guerra da Ucrânia devem ser resgatados esta semana

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Wihan Campos/Força Aérea Brasileira
Aeronave KC-390 Millennium - Wihan Campos/Força Aérea Brasileira

A Força Aérea Brasileira (FAB) planeja começar nesta semana uma operação para resgatar brasileiros que conseguiram sair da Ucrânia nos últimos dias. De acordo com o Itamaraty, cerca de 500 brasileiros vivem no país que foi invadido pela Rússia, mas apenas cerca de 80 conseguiram cruzar a fronteira em busca da paz.

De acordo com o portal G1, duas aeronaves devem sair do Recife em direção à Polônia nesta terça-feira (1º). O objetivo é que os dois aviões da FAB cheguem à Varsóvia, na Polônia, na tarde de quarta-feira. Se não conseguir pousar na cidade, a missão pode ir até Cracóvia, também na Polônia.

Reino Unido fecha portos aos navios russos

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Angelos Tzortzinis / AFP
Fechar os portos para os russos é uma das sanções adotadas - Angelos Tzortzinis / AFP

O governo britânico ordenou que navios de bandeira russa, aqueles fretados por russos, ou de propriedade destes nacionais tenham seu acesso proibido nos portos do Reino Unido, em reação à invasão da Ucrânia - anunciou o ministro dos Transportes, Grant Shapps, no Twitter, nesta segunda-feira (28).

Também nesta segunda, o Reino Unido anunciou que vai congelar os ativos de todos os bancos russos em seu território "nos próximos dias", uma medida que reforça as sanções já impostas ao setor financeiro deste país, declarou a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, ao Parlamento.

Ucrânia descumpriu acordos de Minsk, diz embaixador russo na ONU

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Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Vasily Nebenzya, representante da Rússia nas Nações Unidas - Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O embaixador da Rússia nas Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, afirmou nesta segunda-feira (28) que o organismo multilateral tem condições de solucionar o conflito do Kremlin com a Ucrânia, que começou, segundo ele, com ações dos ucranianos.

Em discurso em sessão especial da Assembleia Geral nesta segunda-feira, o diplomata acusou Kiev de desrespeitar acordos, incluindo o de duas regiões separatistas (Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano) e disse ainda que tem muita informação falsa sendo disseminada. Acusou, ainda, o Ocidente de incitar a Ucrânia.

"Havia esperança que que Kiev iria considerar e obedecer o que assinaram em 2015", disse Nebenzya falando do acordo de Minsk, intermediado pela Alemanha e França em 2014 e 2015 para tentar buscar a paz na região. "A Ucrânia não cumpriu suas obrigações com o acordo de Minsk", afirmou o diplomata. "A Federação Russa não começou essas hostilidades. Essas hostilidades partiram da Ucrânia. Queremos encerrar esta guerra."

Para ele, foi a Ucrânia que começou a guerra na região de Donbass (onde ficam as regiões separatistas). Nebenzya afirmou que o sofrimento de moradores do Donbass - majoritariamente de língua russa - não comoveu aliados do ocidente. "Vamos tentar que respondam pelos crimes brutais contra moradores russos."

Espectro de guerra nuclear é maior do que em 39, diz embaixador ucraniano na ONU

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Reprodução/Twitter/DemeryUK
Usina de Chernobyl, Ucrânia - Reprodução/Twitter/DemeryUK

O embaixador da Ucrânia na Organização das Nações Unidas, Sergiy Kyslytsya, destacou em reunião especial de emergência do órgão que seu país "está vivendo uma guerra provocada pela Rússia, por uma pessoa que está escondida em um bunker". "E sabemos o que aconteceu em maio de 1945 com a pessoa que comandou a guerra em um bunker em Berlin."

De acordo com Kyslytsya, a guerra na Ucrânia tem paralelos com o início da Segunda Grande Guerra, que foi iniciada em primeiro de setembro de 1939, com a invasão da Polônia por forças alemãs de Adolf Hitler.

"Pedimos reunião de emergência da ONU, pois espectro de guerra nuclear é maior do que em 1939", destacou Kyslytsya. "Se Putin quer se matar, não precisa provocar uma guerra. Basta fazer o mesmo que fez o rapaz em um bunker em Berlin em maio de 1945."

Na avaliação do embaixador da Ucrânia na ONU, a guerra em seu país já matou 352 de seus compatriotas, entre eles 16 crianças.

Putin exige reconhecimento da Crimeia, 'desnazificação' e status neutro da Ucrânia

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AFP
Vladmir Putin em pronunciamento sobre o ataque militar. - AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou ao presidente francês, Emmanuel Macron, nesta segunda-feira (28), que exige o reconhecimento da Crimeia como território russo, assim como a "desnazificação" do governo ucraniano e um "status neutro" de Kiev, como condições para o fim da invasão da Ucrânia.

Putin exigiu "o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia, o fim da desmilitarização e da desnazificação do Estado ucraniano e a garantia de seu status neutro" como pré-requisitos para qualquer acordo, informou o Kremlin em um comunicado divulgado após a conversa de ambos por telefone.

Bombardeios em Kharkiv deixam 11 mortos e dezenas de feridos

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Sergey BOBOK / AFP
Destruição em Kharkiv, na Ucrânia - Sergey BOBOK / AFP

Pelo menos 11 pessoas foram mortas em bombardeios russos em bairros residenciais de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, situada na fronteira com a Rússia. O anúncio foi feito pelo governador regional, Oleg Sinegoubov, nesta segunda-feira (28), que disse temer "dezenas de mortes".

"O inimigo russo bombardeia bairros residenciais", escreveu o governador Sinegoubov nas redes sociais, acrescentando que, "por causa desses bombardeios, ainda em curso, não podemos chamar os serviços de socorro (...) Atualmente, há 11 mortos e dezenas de feridos".

Grupo de hackers Anonymous reivindica ciberataque contra imprensa russa

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Aris Messinis / AFP
Pessoa usando máscara que se tornou símbolo do grupo hacker Anonymus - Aris Messinis / AFP

O grupo de hackers Anonymous assumiu a responsabilidade, nesta segunda-feira (28), por uma série de ciberataques que paralisou vários veículos russos de comunicação, entre eles agências de notícias estatais.

Durante vários minutos, as páginas das agências de notícias TASS e RIA Novosti, do jornal Kommersant, do jornal pró-Kremlin Izvestia e da revista Forbes Russia exibiram uma mensagem, pedindo o "fim" da invasão russa da Ucrânia.

"Dentro de alguns anos, viveremos como na Coreia do Norte. Por que precisamos disso? Para que Putin acabe nos livros de história? Não é nossa guerra, vamos detê-la!", dizia o texto.

"Esta mensagem será suprimida, e alguns de nós serão demitidos, talvez presos. Mas não aguentamos mais", acrescentaram os hackers, acusando de "indiferença" os jornalistas dos veículos em questão.

Rússia bloqueia meios de comunicação críticos a governo e restringe redes sociais

O órgão estatal de comunicações e mídia da Rússia, Roskomnadzor, bloqueou vários meios de comunicação russos e ucranianos nesta segunda-feira (28) devido à cobertura da invasão na Ucrânia. A interferência oferece evidências do esforço incansável do governo para suprimir a dissidência na população.

A revista russa The New Times, que critica abertamente o Kremlin, foi bloqueada por relatar detalhes sobre baixas militares russas na Ucrânia que o Ministério da Defesa russo não divulgou.

Protestos contra a invasão surgiram em toda a Rússia por quatro dias, enquanto quase um milhão de pessoas assinaram uma petição online exigindo o fim da guerra. Os manifestantes enfrentaram detenções em massa, enquanto as autoridades restringiram o acesso às mídias sociais e ameaçaram fechar sites de notícias independentes.

Chanceler russo cancela visita à sede da ONU em Genebra

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HANDOUT / RUSSIAN FOREIGN MINISTRY / AFP
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov - HANDOUT / RUSSIAN FOREIGN MINISTRY / AFP

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, cancelou sua visita marcada para terça-feira (29), à sede da ONU em Genebra - anunciou a Representação Permanente da Rússia nesta segunda-feira (28).

O chanceler russo participaria do Conselho de Direitos Humanos da ONU e da Conferência sobre Desarmamento. Também estava prevista uma entrevista coletiva, acrescentou a instituição russa.

"A visita do ministro das Relações Exteriores, Lavrov, a Genebra, para participar do Conselho de Direitos Humanos foi cancelada", tuitou a Representação Permanente.

Nesta mesma rede social, a missão russa explicou que Lavrov se viu obrigado a cancelar sua viagem, "devido a uma proibição sem precedentes de seu voo nos espaços aéreos dos países da União Europeia que impuseram sanções contra a Rússia".

Mais de 500 mil refugiados ucranianos em países fronteiriços

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ATTILA KISBENEDEK / AFP
Ucranianos cruzando a fronteira húngara-ucraniana perto de Beregsurany, Hungria - ATTILA KISBENEDEK / AFP

Mais de 500 mil pessoas fugiram da Ucrânia para países fronteiriços desde o início da ofensiva militar russa, em 24 de fevereiro - informou o balanço mais recente da ONU.

"Mais de 500 mil pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos", tuitou o alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, Filippo Grandi, nesta segunda-feira (28).

Centenas de milhares de ucranianos, principalmente crianças e mulheres - os homens em idade de combate são obrigados a permanecer no país -, fugiram em trens lotados, carros e até caminhando com suas malas.

Rússia proíbe companhias aéreas de 36 países em represália a sanções

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YURI KADOBNOV / AFP
A restrição de voos ocorre em resposta à proibição, por parte de países europeus, de voos de aeronaves civis para companhias aéreas russas e/ou registradas na Rússia - YURI KADOBNOV / AFP

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (28) a restrição de voos de companhias aéreas de 36 países, em resposta ao fechamento do espaço aéreo, por parte de muitos Estados, aos aviões russos, na esteira da invasão da Ucrânia.

"Em resposta à proibição, por parte dos Estados europeus, de voos de aeronaves civis para companhias aéreas russas e/ou registradas na Rússia, introduziu-se uma restrição de voos de companhias aéreas de 36 Estados", informou a agência russa de transporte aéreo, Rosaviatsia, em um comunicado.

Entre os países afetados figuram Reino Unido, Canadá e vários Estados da União Europeia (UE).

Anistia Internacional denuncia uso de bombas de fragmentação na Ucrânia

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ARIS MESSINIS / AFP
Em Kiev, as crianças que estão sendo tratadas em um hospital pediátrico têm seus leitos colocados no porão do hospital que está sendo usado como abrigo antiaéreo - ARIS MESSINIS / AFP

A Anistia Internacional denunciou, nesta segunda-feira (28), o uso de bombas de fragmentação na Ucrânia, que teriam provocado a morte de civis e pediu a abertura de uma investigação por "crime de guerra".

De acordo com a ONG, uma escola em Okhtyrka, no nordeste da Ucrânia, sofreu o impacto destas bombas, proibidas em 2010 por uma convenção internacional, da qual nem Rússia nem Ucrânia são signatárias.

Três pessoas, entre elas uma criança, teriam morrido na explosão, disse a Anistia, em um comunicado divulgado no domingo (27).

"O ataque parece ter sido lançado pelo Exército russo, que operava nas proximidades e que costuma usar bombas de fragmentação em zonas habitadas", afirmou a organização não governamental.

Airbnb anuncia 100 mil alojamentos temporários para refugiados ucranianos

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Refugiados ucranianos em um centro temporário de refugiados em uma escola primária local em Tiszabecs, no leste da Hungria - Attila KISBENEDEK / AFP

A plataforma americana Airbnb anunciou, nesta segunda-feira (28), que vai oferecer acomodação gratuita de curto duração para 100 mil ucranianos que fogem da invasão russa.

Essas acomodações serão financiadas pela empresa, por doadores do fundo Airbnb para refugiados e por anfitriões.

A Airbnb informou ainda que trabalha com governos de vários países europeus para acolher refugiados ucranianos, inclusive em acomodações de períodos mais longos.

O diretor da plataforma, Brian Chesky, e outros responsáveis da empresa enviaram cartas a líderes de Polônia, Alemanha, Hungria e Romênia.

Mais de 100 civis morreram, incluindo sete crianças, desde início da Ucrânia, diz ONU

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Aris Messinis / AFP
Centro de pediatria depois que a unidade foi transferida para o porão do hospital que está sendo usado como abrigo antiaéreo, em Kiev - Aris Messinis / AFP

A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, afirmou nesta segunda-feira (28) que desde o início da invasão russa contra a Ucrânia foram registradas 102 mortes, incluindo sete crianças, e advertiu que os números reais podem ser "consideravelmente" maiores.

"A maioria dos civis morreu pela ação de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo artilharia pesada e sistemas de foguetes com multi-lançamentos e em bombardeios", afirmou Bachelet no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Temo que o balanço real seja consideravelmente maior", acrescentou.

Bachelet explicou que seu gabinete contabilizou 406 vítimas civis na Ucrânia, incluindo 102 mortes, desde o início da ofensiva russa na quinta-feira.

Exército russo diz que civis ucranianos podem sair "livremente" de Kiev

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Daniel LEAL / AFP
Ucranianos correndo para um abrigo subterrâneo durante uma ameaça de bomba na capital ucraniana de Kiev na manhã de 26 de fevereiro - Daniel LEAL / AFP

O exército da Rússia afirmou nesta segunda-feira (28) que os civis podem partir "livremente" de Kiev e acusou o governo ucraniano de utilizá-los como escudos humanos, no quinto dia da invasão russa do país.

"Todos os civis da cidade podem deixar a capital ucraniana livremente pela estrada Kiev-Vasylkiv", ao sudoeste de Kiev, afirmou o porta-voz do ministério russo da Defesa, Igor Konashenkov.

O porta-voz acusou as autoridades de Kiev de utilizar os civis como "escudos humanos" diante das tropas russas.

De acordo com ele, a cidade está nas mãos de "saqueadores, ladrões e nacionalistas", que foram armados pelas autoridades.

As autoridades ucranianas afirmaram nos últimos dias que combateram várias unidades avançadas na capital e as expulsaram.

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