Desde o final da Guerra Fria, em 1989, nada provocou tanto medo na Europa quanto a atual Guerra na Ucrânia. Por causa de uma autoritária e antidemocrática invasão da Rússia, em poucos dias, milhares de pessoas morreram e milhões precisaram deixar sua Terra Natal, cruzando a fronteira ucraniana em busca de paz. O conflito armado se concentra no Leste Europeu, mas as consequências humanas e econômicas já se espalharam por todo o mundo.
Mas, afinal de contas, o que causou a Guerra na Ucrânia? O que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem contra o país vizinho? O que está em jogo no conflito? Quem apoia a Ucrânia? Quem está do lado da Rússia? E como tudo isso pode acabar? Entenda nesta reportagem:
A Guerra na Ucrânia começou no dia 24 de fevereiro, quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que os militares invadissem o território por terra (com blindados), água (com homens que chegaram em navios pelo Mar Negro) e ar (com mísseis e aviões caça).
Antes disso, durante várias semanas, o governo dos Estados Unidos alertava que a inteligência americana havia identificado que a Rússia pretendia invadir a Ucrânia. Foram várias as vezes que o presidente Joe Biden disse que isso aconteceria. A Rússia, no entanto, mentiu, negando a invasão diversas vezes.
Foto de Gabriel Chaim, fotógrafo brasileiro que está na Ucrânia:
Na madrugada do dia 24, Putin foi à TV russa anunciar o que chamou de "operação militar especial" e afirmar que, qualquer país que interferisse em seus planos, sofreria consequências nunca antes vistas. Com um dos maiores arsenais de ogivas nucleares do mundo nas mãos do russo, quem iria desafiá-lo?
Em poucas horas, o imponente Exército russo já dominava boa parte das terras ucranianas. O povo, amedrontado pelo barulho das explosões, logo começou a fugir. Naquela quinta-feira e nos dias seguintes, as rodovias que ligam a capital, Kiev, a Romênia e a Polônia ficaram congestionadas.
Sem conseguir prosseguir de carro, muitos consideraram pegar a estrada à pé e caminharam por 30 quilômetros até a fronteira. Em uma semana, 1 milhão de pessoas saiu da Ucrânia, segundo a ONU.
Quem não conseguiu sair do país sentiu o horror da guerra na própria pele - literalmente. Em uma semana, o governo ucraniano estima que dois mil civis (pessoas que não são militares) morreram por causa dos ataques russos. O número de feridos é incerto.
Provocando mortes e o medo, o presidente Vladimir Putin quer impôr à Ucrânia seus desejos.
Putin não aceita, por exemplo, que a Ucrânia entre para uma aliança militar chamada OTAN, que reúne 30 países do Ocidente, que se protegem política e militarmente.
O russo se sente intimidado, uma vez que este grupo é tão forte que reúne potências como Estados Unidos, França, Inglaterra e Alemanha.
Entre outras obrigações, os países da OTAN têm o dever de defender qualquer uma das nações-membro que for atacado. A Ucrânia ainda não faz parte da aliança, mas, se um dia fizer, será protegida e terá o apoio - inclusive militar - dessas nações que citamos acima.
>>> Entenda o que é e as funções da OTAN, clicando aqui.
Com a entrada na OTAN, a Ucrânia poderia, por exemplo, tentar recuperar a região da Crimeia, tomada pela Rússia em 2014, com o apoio dos Estados Unidos. Apesar disso, é pouco provável que esses países desejassem entrar em uma guerra futura por causa disso.
Vladimir Putin exige garantias de que a Ucrânia jamais entrará na OTAN. Ele também quer que a aliança recue e retire a infraestrutura militar dos países que entraram no grupo depois de 1997. Naturalmente, como a Rússia não integra a aliança, a OTAN não aceita a tentativa de interferência do presidente russo.
Putin também faz uma denúncia absurda. Diz que a Ucrânia é governada por um grupo neonazista (que se inspiraria, portanto, no nazismo). Mas o próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é judeu.
Com medo de ataques russos em seus territórios, países do Ocidente se negam a enviar tropas para a Ucrânia para ajudar o governo de Zelensky e atirar contra os russos.
Desta forma, resta ao Ocidente impôr sanções econômicas contra a Rússia. Em uma semana, Estados Unidos e União Europeia já dificultaram severamente a economia da Rússia.
Essas e outras sanções já provocaram diversos problemas aos russos. A moeda local, o rublo, está fortemente desvalorizada. Empresas multinacionais, como a Apple, por exemplo, saíram do país. A população russa está com dificuldade de sacar dinheiro e várias bandeiras de cartões de crédito operam com dificuldade.
A ideia é que todas essas pressões econômicas façam o presidente Vladimir Putin desistir da guerra e ordenar que as tropas voltem para a Rússia.
Até esta sexta-feira (4), no entanto, não há indícios de que Vladimir Putin recue - por enquanto. O presidente russo disse, recentemente, que a "operação" (Guerra) está acontecendo como ele planejava e afirmou que não recua.
Praticamente todos os países do Ocidente, sobretudo as grandes potências econômicas como
Demonstraram apoio à Rússia países como:
Nas Nações Unidas, o embaixador brasileiro, Ronaldo Costa Filho, votou contra a Rússia em resoluções que desaprovam as medidas de Vladimir Putin.
Apesar disso, o presidente brasileiro - diferente do que fez outros presidentes do Ocidente - diz ter uma posição neutra em relação ao conflito, evitando defender a Ucrânia, que está sendo violentamente agredida pela Rússia.
Certamente, sim. As sanções econômicas impostas contra a Rússia já impactam diretamente no valor do petróleo, que chegou a ser comercializado esta semana por US$ 120. Isso vai interferir no valor da gasolina, uma vez que a política de preços da Petrobrás leva em consideração o mercado internacional.
Além disso, a Rússia é a maior vendedora de fertilizante químico do Brasil, o que pode interferir na produção agrícola do nosso país, caso a guerra e as sanções econômicas se estendam por muito tempo.
Outro ponto de preocupação é também com relação ao trigo - insumo fortemente importado pela Rússia. A depender do que acontecer nas próximas semanas e meses, até o pãozinho poderá sofrer reajuste nas padarias, por causa da Guerra na Ucrânia.
O que Putin quer com a invasão?
O que Putin diz?
Como a Guerra na Ucrânia pode acabar?
Entre as principais ações contra a Rússia:
Quais países apoiam a Ucrânia?
Quem apoia a Rússia?
E o Brasil?
Podemos sofrer consequências mesmo não morando na Ucrânia?
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