CONFLITO INTERNACIONAL

ÚLTIMAS NOTÍCIAS DA GUERRA DA UCRÂNIA: Confira a atualização da Guerra da Rússia e Ucrânia

Clima de guerra se instaurou de deixou o mundo aflito

Paloma Xavier AFP
Paloma Xavier
AFP
Publicado em 24/02/2022 às 20:11 | Atualizado em 24/02/2022 às 20:13
Notícia
ARIS MESSINIS / AFP
Bombardeio em Chuguiv, Ucrânia - FOTO: ARIS MESSINIS / AFP

Após o presidente russo Vladimir Putin autorizar uma "operação militar especial" no leste da Ucrânia na manhã desta quinta-feira (horário local), o clima de guerra se instaurou de deixou o mundo aflito. O líder da Rússia justificou a medida alegando que o “confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável”.

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A tensão entre os países, que não é recente, se intensificou porque a Rússia discorda de uma eventual adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) - aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética (URSS).

O presidente russo diz que a Otan é uma ameaça à segurança do país pela expansão na região, que está cada vez mais próxima do seu território. Putin quer que a Ucrânia declare formalmente que nunca vai se filiar à aliança.

Ataques da Rússia à Ucrânia

ARIS MESSINIS / AFP
Pessoas do lado de fora de prédio bombardeado em Chuguiv, na Ucrânia - ARIS MESSINIS / AFP

Depois da autorização de Putin para a operação, explosões foram relatadas em Kiev (capital ucraniana), em Kharkiv, Maripuol, Odessa e em Kramatorsk. A Ucrânia está sendo atacada por terra, mar e ar.

Além disso, separatistas no leste da Ucrânia estão tomando controle de territórios. Segundo a polícia ucraniana, foram contabilizados mais de 200 ataques dentro do território.

Ao menos 74 instalações militares ucranianas teriam sido atacadas pelos russos, de acordo com agências de notícias. Um aeroporto militar próximo à capital ucraniana Kiev foi tomado por forças russas, segundo o governo local.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky decretou mobilização geral no país por causa do movimento russo. Além disso, houve convocação de cidadãos para o conflito.

O governo ucraniano afirma que derrubou veículos do exército russo no leste do país. "Cinco aviões e um helicóptero do agressor foram derrubados", relatou o Estado-Maior do exército ucraniano em um comunicado.

A Ucrânia declarou que rompeu relações diplomáticas com a Rússia e adotou a lei marcial - substituição das autoridades e leis de uma nação por leis militares - no país.

'Brasil não está neutro', diz Mourão

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou, nesta quinta-feira (24), que o Brasil não está neutro em relação à guerra entre a Rússia e Ucrânia.

Ele afirmou também que o Brasil não concorda com a invasão de militares russos ao território ucraniano.

Apesar de ter visitado Putin recentemente, o presidente Jair Bolsonaro ainda não se posicionou sobre os conflitos no leste europeu.

100 mil ucranianos fogem de suas casas, milhares deles para o exterior, após invasão russa

Andrey BORODULIN / AFP
Pessoas carregam seus pertences em uma estrada no lado russo do posto de fronteira em Avilo-Uspenka - Andrey BORODULIN / AFP

Quase 100 mil pessoas fugiram de suas casas na Ucrânia e milhares buscaram refúgio no exterior após a invasão russa, disse a ONU nesta quinta-feira (24).

"Não podemos confirmar ainda os números exatos, mas está claro que houve importantes deslocamentos para o interior do país e alguns movimentos nas fronteiras", declarou à AFP Shabia Mantoo, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

"Acreditamos que cerca de 100 mil pessoas já fugiram de suas casas e podem ter se mudado para dentro do país e que vários milhares cruzaram as fronteiras internacionais", completou.

Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, anunciou durante o dia o reforço das operações e capacidade do Acnur na Ucrânia e nos países vizinhos

Tomada de aeroporto militar ucraniano

ARIS MESSINIS / AFP
Fumaça preta saindo do aeroporto militar de Chuguyev, na Ucrânia - ARIS MESSINIS / AFP

Em poucas horas, o aeroporto militar de Antonov, às portas de Kiev, capital ucraniana, caiu nas mãos das forças russas, que desceram com cordas de helicópteros, disparando com metralhadoras, relataram testemunhas à AFP.

“Havia pessoas sentadas em helicópteros com as portas abertas, sobrevoando nossas casas”, contou Serguiy Storojouk nos arredores do aeroporto, ao fugir da região. “Os helicópteros chegaram e os combates começaram. Dispararam com metralhadoras e lança-granadas.”

Os helicópteros russos chegaram por volta das 11h locais, a partir de de Belarus, passando perto dos telhados das casas e espalhando pânico em seu trajeto até a capital.

Tropas russas tomam o controle da usina de Chernobyl

GENYA SAVILOV / AFP
A usina nuclear de Chernobyl em 2020 - GENYA SAVILOV / AFP


A Ucrânia anunciou nesta quinta-feira (24) que as forças russas tomaram a usina nuclear de Chernobyl após uma batalha "feroz" no primeiro dia da ofensiva russa contra o país vizinho, que fez parte da extinta União Soviética.

Após a perda de controle desta área, altamente contaminada, não se sabe o estado das instalações da usina, da cobertura que isola o reator danificado e de um depósito para combustível nuclear, disse o alto funcionário.

Esta usina sofreu o pior acidente nuclear da história em 26 de abril de 1986, quando um dos reatores explodiu em um período em que a Ucrânia fazia parte da União Soviética.

A Ucrânia acusa a Rússia de planejar uma nova catástrofe biológica.

EUA enviarão 7 mil soldados adicionais à Alemanha para apoiar a Ucrânia

ANATOLLI STEPANOV/AFP
Soldados da Ucrânia próximos a área separatista apoiada pela Rússia - ANATOLLI STEPANOV/AFP

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos vai enviar cerca de 7 mil militares adicionais à Alemanha em resposta à invasão russa da Ucrânia, anunciou nesta quinta-feira (24) um integrante do alto escalão do governo americano em Washington.

O objetivo deste novo contingente, que deve chegar à Europa nos próximos dias, é "tranquilizar os aliados da Otan, dissuadir um ataque russo e ficar de prontidão para apoiar as necessidades da região", detalhou o funcionário.

Incluindo os reforços anunciados nesta quinta, os Estados Unidos somarão mais de 90 mil soldados desdobrados na Europa.

Primeiros refugiados ucranianos chegam à Hungria e à Romênia

JANEK SKARZYNSKI / AFP
Refugiados ucranianos estão sendo acolhidos por países vizinhos - JANEK SKARZYNSKI / AFP

"Todo mundo que pode está fugindo", explica Krisztian Szavla, um dos primeiros refugiados ucranianos que chegaram à Hungria nesta quinta-feira (24) a partir da Transcarpathia (oeste), onde vive uma grande minoria húngara.

"Não queremos passar pelo que eles estão passando nas montanhas do leste, acordando com sirenes e os russos bombardeando sua cidade", diz o ucraniano de 28 anos em um posto de gasolina em Záhony, do lado húngaro da fronteira.

A região ucraniana de Transcarpathia, isolada do resto do país pelas montanhas dos Cárpatos, é um mosaico de grupos étnicos no qual os húngaros são a maior população (130 mil pessoas).

Ao longo desta quinta-feira, a polícia húngara reportou longas filas para entrar no país que compartilha uma fronteira de 140 quilômetros com a Ucrânia.

UE pactua sanções 'maciças e severas' sobre finanças, energia e transportes russos

MIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP
Presidente russo Vladimir Putin - MIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP

Os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) pactuaram nesta quinta-feira (24) sanções com consequências "maciças e severas" contra a Rússia, em resposta à sua ofensiva militar na Ucrânia.

"As sanções vão cobrir os setores financeiro, de energia e transportes da Rússia", destaca a Declaração, emitida após uma cúpula realizada em Bruxelas, e deverão ser adotadas "sem demora".

As medidas, cujos detalhes ainda não foram divulgados, abrangerão, ainda, o controle das exportações, a emissão de vistos e a inclusão de funcionários russos na lista de sancionados.

Biden anuncia sanções econômicas e restrições de exportação à Rússia

BRENDAN SMIALOWSKI / AFP
Presidente dos EUA Joe Biden - BRENDAN SMIALOWSKI / AFP

O presidente americano, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (24) sanções econômicas e restrições de exportação à Rússia em resposta à sua invasão da Ucrânia.

Os Estados Unidos vão impor sanções e restrições às exportações para a Rússia, afirmou Biden, acrescentando que "isto imporá um custo elevado à economia russa, tanto de imediato quanto a longo prazo".

Serão sancionados outros quatro bancos russos e mais da metade das importações tecnológicas da Rússia serão suprimidas, afirmou Biden em discurso na Casa Branca.

"Também adicionamos nomes à lista de (as elites) russas e seus familiares que são sancionados", afirmou Biden.

Sancionar pessoalmente Vladimir Putin também está "na mesa", afirmou, sem dar detalhes.

Biden promete liberar reservas de petróleo para aliviar americanos

Drew Angerer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Presidente dos EUA, Joe Biden, durante pronunciamento - Drew Angerer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O presidente americano, Joe Biden, comprometeu-se nesta quinta-feira (24) a liberar petróleo da reserva estratégica se for necessário para proteger os consumidores do impacto do aumento dos preços.

Os preços estão em franca ascensão pela invasão da Ucrânia pela Rússia e a perspectiva de que o abastecimento da Rússia seja afetado.

Além disso, Biden antecipou que os Estados Unidos estão trabalhando com aliados em uma "liberação coletiva de reservas estratégicas de petróleo dos principais países consumidores de energia".

Rússia tem superioridade aérea total sobre Ucrânia

HANDOUT / RUSSIAN DEFENCE MINISTRY / AFP
Força aérea russa - HANDOUT / RUSSIAN DEFENCE MINISTRY / AFP

A Rússia eliminou totalmente nesta quinta-feira (24) as defesas da Ucrânia e agora tem "total superioridade aérea", já que o governo de Kiev não possui mais recursos contra este tipo de ofensiva, disse um alto funcionário ocidental de Inteligência.

"A força aérea [ucraniana] não funciona mais", afirmou o especialista, acrescentando que a Rússia tentará acumular uma "força esmagadora" sobre a capital ucraniana nas "próximas horas", considerando o ritmo em que as tropas se movem.

"Penso que muito vai depender da resistência que os ucranianos possam ter, mas acho que os russos vão tentar, nas próximas horas, aplicar uma força esmagadora sobre a capital", Kiev, afirmou o funcionário, que pediu para ter sua identidade preservada.

 

ONU desbloqueia US$ 20 milhões para ajuda de emergência à Ucrânia

Divulgação
A ONU foi fundada em São Francisco, Califórnia, e tem sede na cidade de Nova York - Divulgação

A ONU desbloqueou 20 milhões de dólares em ajuda de emergência humanitária para a Ucrânia e os países vizinhos, anunciou nesta quinta-feira (24) o secretário-geral da organização, António Guterres, que voltou a exortar o presidente russo, Vladimir Putin, a encerrar sua ofensiva militar.

"As Nações Unidas intensificam sua operação humanitária na Ucrânia e em seu entorno e anuncio comprometeremos imediatamente US$ 20 milhões de nosso fundo de resposta para atender às necessidades urgentes", declarou Guterres à imprensa.

Cerca de 1.400 detidos na Rússia em protestos contra a guerra na Ucrânia

RAIGO PAJULA / AFP
Ato em Talín, capital da Estônia, contra invasão russa à Ucrânia - RAIGO PAJULA / AFP

A polícia russa deteve nesta quinta-feira (24) em várias cidades cerca de 1.400 pessoas por participarem de manifestações contra a guerra na Ucrânia, segundo a ONG de direitos humanos OVD-info.

A organização afirma que pelo menos 1.391 pessoas foram detidas em 51 cidades, 719 delas em Moscou, onde a AFP testemunhou dezenas de detenções na praça Puskhin, no centro da capital russa.

A Rússia possui uma legislação severa para o controle das manifestações, que costumam culminar com muitas detenções.

As autoridades russas ameaçaram nesta quinta-feira reprimir qualquer manifestação "não autorizada" relacionada à "situação tensa sobre política externa".

 

Rússia promete dura resposta às sanções da UE

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MIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP
Presidente russo Vladimir Putin - MIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP

A Rússia prometeu, nesta quinta-feira (24), responder de forma severa as sanções anunciadas pela União Europeia (UE), afirmando que essas medidas "não vão impedir" Moscou de ajudar os separatistas pró-russos da Ucrânia.

"Conforme o princípio da reciprocidade, que é a base do direito internacional, vamos tomar severas medidas de retaliação", declarou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em um comunicado.

"Essas medidas pouco amistosas da UE contra a Rússia (...) não vão impedir o desenvolvimento progressivo" dos laços entre Moscou e os separatistas ucranianos e "a entrega de ajuda" a esses grupos pró-russos.

 

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